Do cultivo de salsinha e alface para plantas alimentícias não convencionais (pancs) e cará moelas. Há dois anos, a horta da aposentada Jussara Moura, 60 anos, ganhou reforço graças a uma iniciativa que estimula as pessoas a plantarem em casa: os grupos no Facebook para troca de experiências sobre vegetais.
Jussara participa do Encontro de Trocas e Doações de Mudas e Sementes Porto Alegre, projeto da agroecologista Rosane Barcelos. A página incentiva a adoção de hortas, o compartilhamento de informações e a participação de eventos na Redenção. Desde maio de 2015, as pessoas se reúnem para permuta de plantas, sementes e dicas de manejo orgânico.
— No grupo, temos muitos exemplos de pessoas que receberam doações e orientações e hoje participam ativamente, doando o excedente e multiplicando a ideia — relata Rosane.
Cerca de 300 pessoas participam dos encontros no segundo sábado de cada mês — das 9h às 14h, como neste dia 8 de junho. As trocas podem ser combinadas previamente pelo grupo no Facebook e, quem ainda não tem mudas para compartilhar, pode levar um bolo, por exemplo. Ou seja, não há desculpa para não ter uma horta em casa.
— Nesses quatro anos, nosso grupo só tem crescido e, a cada edição, chegam novos participantes — explica a ativista, ressaltando que os encontros também fortalecem “elos de amizade por meio do compartilhamento generoso”.
Amigos com interesse em sustentabilidade
Outro grupo com foco no cultivo nas cidades é a página do Facebook Hortelões Urbanos. Começou em 2011 como espaço de conversa entre amigos que tinham em comum o interesse por sustentabilidade e agroecologia. Nesses oito anos, o número de participantes só cresceu. Hoje, são cerca de 82 mil membros.
As pessoas se interessam cada vez mais pela atividade ao acompanhar o resultado dos outros.
MÔNICA MEIRA
Integrante do grupo Hortelões Urbanos
De acordo com Mônica Meira, uma das administradoras do grupo, a maioria dos participantes pede ajuda para resolver problemas nas plantas, como pragas e, com o tempo, começa a tirar dúvidas e a compartilhar conquistas:
— As pessoas se interessam cada vez mais pela atividade ao acompanhar o resultado dos outros.
O número de agricultores urbanos registrados na Emater-RS chega a 1.007 nas regiões Metropolitana, Vale do Sinos e do Paranhana, Litoral e Centro-Sul.
As redes sociais, avalia Marcelo Biassusi, assistente-técnico regional em Horticultura da Emater, auxiliam na organização e facilitam a troca de informações, mas não excluem a prática.
Para Biassusi, a preocupação das pessoas com a saúde motiva cada vez mais a população a plantar seus alimentos em casa.
Assuntos que rolam no feed
Passe as fotos na galeria e veja os principais temas que movimentam os grupos.
Colaborou: Leticia Szczesny