As plantas bioativas cultivadas no Rio Grande do Sul estão no tempero da comida, no aroma dos cremes, na formulação dos remédios e nos vasos que enfeitam jardins. Enraizadas na cultura gaúcha, são utilizadas de diferentes maneiras pelos indígenas, que já viviam aqui, e também pelos povos que se instalaram no Estado, como holandeses, africanos, italianos, portugueses e alemães. O uso e o conhecimento dessas plantas fazem parte da cultura popular e constituem-se em patrimônio imaterial do povo gaúcho.
Mas, afinal, o que significam essas espécies bioativas? São aquelas que provocam alguma ação sobre o organismo, com propriedades medicinais, condimentares, aromáticas e tóxicas, estas últimas muitas vezes utilizadas como ornamentais.
A Emater, com o objetivo de valorizar o uso desses vegetais, identificou as mais utilizadas pelas etnias que formam a população gaúcha e promove cursos e oficinas sobre o tema em Não-Me-Toque, onde mantém Horto de Plantas Bioativas que funciona durante todo o ano instalado na área da Expodireto-Cotrijal.
– Nos cursos, mostramos como utilizá-las, pois o potencial de cada uma pode estar nas folhas, raízes, flores, semente ou na casca – comenta Doriana Gozzi Miotto, assistente técnica regional da Emater de Passo Fundo.
O horto, em área de 1,25 mil metros quadrados, tem mais de 150 espécies bioativas em meio a pontes, trilhas e lagos artificiais.
Variedades mais utilizadas pelas etnias
Africana
Boldo, erva-doce, beldroega, camomila, alcachofra, gengibre, babosa, ora-pro-nóbis e pimentas
Alemã
Louro, zimbro, mostarda, noz-moscada, pimenta, endro e cominho
Holandesa
Cardamomo, coentro, gengibre, cominho, casa de noz-moscada, cravinho, pimenta, canela, laranja e alcaçuz da Europa
Indígena
Guaraná, copaíba, açoita cavalo e erva-mate
Italiana
Sálvia, manjericão, tomilho, gingko biloba, orégano, manjerona, tomate, rosmarim, noz-moscada e videira