O rendimento da soja, no Brasil, aumentou de 1.749,8 quilos por hectare na safra 1976/1977 para 3.394 quilos por hectare na safra 2017/2018 (+ 194 %) e no Rio Grande do Sul, cresceu de 1.619 quilos por hectare para 3.030 quilos por hectare (+ 187 %) no mesmo período. É o resultado do desenvolvimento de novas tecnologias pela pesquisa, pública e privada, à sua difusão, mas, especialmente, à adoção dessas pelos produtores.
Essa evolução no rendimento deve-se às diferentes revoluções tecnológicas implementadas no período.
A primeira grande revolução começou em meados da década de 1960, quando, por meio da “Operação Tatu”, começou a calagem, onde solos ácidos, com excesso de alumínio e baixa disponibilidade de nutrientes, foram transformados em solos altamente produtivos.
A implementação do sistema plantio direto (SPD), a partir das décadas de 1970-1980, foi decisiva na redução drástica da erosão do solo, na melhoria das propriedades físicas, químicas e biológicas, na melhoria da qualidade das águas, na redução da necessidade de máquinas, equipamentos, mão de obra e na economia com diesel, graxas e lubrificantes. A “agricultura conservacionista por excelência”.
A maior eficiência no controle fitossanitário reduziu significativamente as perdas no potencial de rendimento, pelo controle mais eficiente de plantas daninhas, pragas e moléstias na cultura.
O aumento crescente dos rendimentos será obtido pela interação de todos os fatores envolvidos e não somente por alguns isolados, mediante diagnósticos mais precisos e introdução mais rápida das inovações
A introdução de cultivares transgênicos representou uma das contribuições mais efetivas da biotecnologia na produção vegetal. Foram desenvolvidos cultivares com maior potencial de rendimento, menor ciclo e estatura de plantas, prevenindo o acamamento e tornando-as mais responsivas à adubação.
Vivemos, atualmente, a fase da agricultura de precisão – nanotecnologia na agricultura.
É a conjugação dos avanços da informática, da engenharia mecânica, eletrônica, comunicação – nanotecnologia eletrônica, mas também da biologia molecular, uso de reguladores vegetais, micronutrientes, indutores de defesas e produtos biológicos – nanotecnologia biológica.
Portanto, o aumento crescente dos rendimentos será obtido pela interação de todos os fatores envolvidos e não somente por alguns isolados, mediante diagnósticos mais precisos e introdução mais rápida das inovações.
Elmar Luiz Floss é professor e diretor do Instituto de Ciências Agronômicas (Incia)
elmar@incia.com.br