Cerca de 300 pessoas participaram do Campo em Debate, evento promovido pelo Grupo RBS na manhã desta terça-feira (14/11), em Porto Alegre. O público, formado por produtores, estudantes e representantes de entidades ligadas ao setor, lotou o Teatro da PUCRS para debater o Futuro do Agronegócio.
O primeiro painel foi sobre Inteligência Territorial: Atribuição, Ocupação e Uso das Terras. Segundo o analista de geoprocessamento da Embrapa Monitoramento por Satélite, Paulo Roberto Rodrigues Martinho, 66,3% do território nacional é destinado à vegetação protegida e preservada, enquanto 30% é utilizado para lavouras e pastagens. O palestrante mostrou dados nacionais obtidos por meio do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
— Sabemos que CAR foi meio traumático para o agricultor, mas estamos coletando muitas informações que estão valendo a pena — comentou Martinho.
O Campo em Debate encerra o projeto Campo e Lavoura Especial – Da Terra à Mesa, uma série de cadernos que em 2017 abordou temas como inovação, sustentabilidade, mercado, mão de obra e contribuição da agricultura a outros setores. O evento foi apresentado pela jornalista Gisele Loeblein, que assina a coluna Campo Aberto, de GaúchaZH.
— Estamos muito felizes por traduzir e conectar essa linguagem do campo e do agronegócio para a cidade — comentou Claudio Toigo Filho, CEO de Mídias do Grupo RBS, durante a abertura do debate.
Na opinião do secretário da Agricultura, Ernani Polo, o projeto leva à cidade uma concepção mais real da importância do campo. Também participou da cerimônia o secretário do Desenvolvimento Rural, Tarcísio Minetto.
— Temos de transformar e desenvolver o campo. E temos a responsabilidade de estarmos juntos nesta caminhada de buscar o melhor para os produtores — disse Minetto.
O diretor de Assuntos Corporativos da Syngenta, Pablo Casabianca, destacou a importância de “construir soluções e diálogos entre a cidade e as pessoas no campo”.
— Aproximar o campo da cidade é uma necessidade. Por desconhecimento ou por mitos, sem respaldo científico, a sociedade questiona o conceito de tecnologia utilizado no campo — comentou Casabianca, referindo-se ao uso de defensivos agrícolas e sementes transgênicas.
Entretanto, ressaltou o executivo, “pesquisadores do mundo todo procuram soluções todos os dias". Por isso a relevância de mostrar à sociedade que a tecnologia busca melhorar a qualidade e a quantidade dos alimentos produzidos.