A safra de soja que está sendo colhida no Rio Grande do Sul pode até não ter o resultado mais desejado pelos produtores - que trabalham para aumentar a produtividade a cada ano. Se for considerada a onda de calor que atingiu o Estado e o ataque de pragas em lavouras, o volume de 12,42 milhões de toneladas dá motivos de sobra para ser comemorado. Mesmo não sendo um número recorde - 0,9% menor do que a produção histórica do ano passado -, a safra do grão certamente irá impactar positivamente no Produto Interno Bruto (PIB) gaúcho pelo segundo ano consecutivo.
No sétimo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, o volume da safra foi levemente revisado para cima, em relação ao estudo anterior publicado em março. No período da coleta de dados, 10% a 20% das lavouras haviam sido colhidas.
- O clima se estabilizou após aquele período de calorão no final de janeiro, contribuindo para o desenvolvimento das plantas - destaca Ernesto Irgang, superintendente-substituto da Conab no Rio Grande do Sul.
Com 57% da área de soja colhida, conforme dados da Emater, Irgang não acredita em grandes alterações de resultados no levantamento de maio:
- O que havia para ser revisado já foi feito. Se houver será uma alteração muito pequena.
Estimada inicialmente em mais de 13 milhões de toneladas, a safra propagada como recorde esbarrou em uma das características mais marcantes do clima gaúcho: variação climática. Diante de um calor superior a 40ºC e escassez de chuva em alguns lugares, não houve como livrar as plantas de uma redução de produtividade. Em relação à safra do ano passado, o volume colhido por hectare é 6,3% menor.
- As perdas pontuais foram compensadas pelo aumento de quase 6% da área plantada - lembra Carlos Cogo, consultor agropecuário.
A boa notícia veio também para as lavouras de milho. Após ter reduzido a estimativa de colheita para 4,9 milhões de toneladas, a Conab voltou a projetar safra de 5,3 milhões de toneladas - volume semelhante ao ano passado.
Com uma safra total de grãos beirando os 30 milhões de toneladas, não há do que reclamar.