Com a auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o zoneamento agrícola em análise há quase um mês, o Ministério da Agricultura promete contra-argumentar as determinações feitas pelo órgão fiscalizador. Conforme o documento do TCU, o estudo que indica a melhor época de plantio das culturas nos municípios brasileiros - nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares - precisa ser revisto para diminuir o risco de perdas aos produtores rurais.
- O trabalho (zoneamento) é feito com base em um modelo matemático elaborado pela Embrapa e testado, não é nenhuma improvisação. Os resultados são substanciais - garante Vicente de Paulo Diniz, diretor do Departamento de Gestão de Risco Rural do ministério.
Pela auditoria do TCU, o zoneamento para culturas como soja e milho no noroeste gaúcho não cumpriu o critério do limite máximo de 20% de perdas no período de 2002 a 2012. O percentual excedente resultou em R$ 1,29 bilhão em indenizações pagas pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Conforme Diniz, não há modelo mais eficiente do que o usado pelo ministério para definir o zoneamento agrícola no país.
- Nossas análises são técnicas e científicas. Duvido que algum órgão tenha dados mais confiáveis do que os nossos - diz o diretor, acrescentando que os modelos utilizados levam em conta históricos de até 20 anos.
Segundo Diniz, a auditoria será contestada com informações captadas por mil estações meteorológicas instaladas no país, estudos de qualidade do solo e cultivares adaptadas a cada microrregião analisada.
Em contato com o ministro da Agricultura, Neri Geller, o presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Carlos Sperotto, disse que a entidade gaúcha quer contribuir no processo.
- Os produtores precisam ter segurança das condições de plantio, por isso confiamos em uma análise consciente da questão - diz Sperotto.