Na manhã desta sexta-feira (8), o governo estadual voltou a ter uma estação de monitoramento da qualidade do ar em Porto Alegre. O trabalho foi iniciado no Centro Estadual de Treinamento Esportivo do Rio Grande do Sul (Cete), no bairro Menino Deus, onde o equipamento foi instalado. A Capital não tinha esse serviço desde 2015.
Com a aquisição, o governo gaúcho tem seis estações ativas – em Porto Alegre, Canoas, Triunfo, Gravataí, Esteio e Guaíba. A empresa RB Comércio e Serviços, do Rio de Janeiro, vencedora do edital, receberá R$ 275 mil para realizar o monitoramento por seis meses.
Esse tempo foi planejado para que a Capital tivesse o serviço enquanto ocorrem outros processos licitatórios. Um deles é para aquisição de três estações fixas, para Porto Alegre, Caxias do Sul, na Serra, e Santa Maria, no centro do Estado; o investimento estimado é de R$ 8 milhões por quatro anos.
Há também um edital para a compra de uma estação móvel, que poderá ser levada para qualquer ponto do RS, com custo projetado em R$ 3 milhões por quatro anos.
— É uma demanda por conta das queimadas, o início de um novo momento de monitoramento de qualidade do ar. Também está dentro do plano de reconstrução de um Estado mais adaptado às mudanças climáticas — disse Marjorie Kauffmann, titular da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado (Sema).
Como funciona a estação
O dispositivo é equipado com analisadores para medir em tempo real as concentrações dos principais poluentes atmosféricos: material particulado inalável (PM 2,5), óxidos de nitrogênio (NO, NO2, NOx), dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO) e ozônio (O3). O maquinário fica organizado dentro de um contêiner, refrigerado com ar condicionado. Há computadores, analisadores com painel touchscreen, cilindros, antenas e captadores.
— É uma estação autônoma, conseguimos acessá-la remotamente se precisamos. Todos os equipamentos são calibrados mensalmente. Há sensores meteorológicos instalados no mastro, para monitorar a direção e velocidade do vento, temperatura, umidade e pressão do ar. Está sempre online, pois se comunica via 4G — explica Renato Santiago, gerente técnico da RB Comércio e Serviços.
A escolha do ponto de colocação foi feita pelo governo estadual ao considerar questões técnicas e de segurança. Os dados serão disponibilizados ao público por meio do boletim diário da qualidade do ar, no site (acesse aqui) da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
— O Estado tem dificuldade na troca de peças e na manutenção desse tipo de estação. Isso não ocorre da maneira como contratamos o serviço. A responsabilidade por manter o equipamento funcionando calibrado é de quem nos vende o serviço. Desse modo, sempre teremos uma estação com tecnologia de ponta fazendo o controle da qualidade do ar — afirma Renato Chagas, presidente da Fepam.
Segundo ele, a rede de monitoramento poderá ser ampliada se a necessidade for verificada pelo governo estadual. Além do equipamento que entrou em operação nesta sexta, a Capital contará com outras seis estações a serem instaladas com investimento da prefeitura.
A empresa JCTM Comércio e Tecnologia Ltda., do Rio de Janeiro, venceu a licitação para o monitoramento da qualidade do ar na cidade a partir de janeiro de 2025.