Às margens do Mar Cáspio, na distante Baku, capital do Azerbaijão, representantes de mais de 190 países começaram, nesta segunda-feira (11), uma corrida contra o tempo para chegar a um acordo sobre quem pagará a conta da transição para uma economia livre de carbono.
No discurso de abertura da COP29, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o responsável da ONU para o Clima, Simon Stiell, declarou.
— É tempo de mostrar que a cooperação mundial não está estagnada e que está à altura do momento.
A mensagem foi lida, nas entrelinhas, como um recado ao mundo apenas seis dias depois da eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. O republicano, que volta à Casa Branca, tem um discurso isolacionista e, como já fez no primeiro mandato, deve retirar o país do Acordo de Paris. Sua vitória lançou uma nuvem de pessimismo em relação a arranjos globais para conter o aquecimento do planeta.
Na abertura oficial da COP29, Simon Stiell, secretário executivo da ONU para mudança climática, foi enfático em dizer: "precisamos fazer uma reforma no sistema financeiro global". Para ele, não basta, apenas que as nações concordem com uma meta. É preciso trabalhar para colocar em prática uma mudança efetiva.
— Se as nações não puderem construir resiliência em suas cadeias de suprimentos, toda a economia global será abalada. Nenhum país é imune — afirmou.
A grande reunião anual do clima ocorre no momento em que o mundo segue em uma trajetória para bater outro recorde de temperatura. O principal desafio será o de definir o montante da ajuda financeira que será doada pelos países desenvolvidos às nações em desenvolvimento para que possam lidar com as mudanças climáticas — fazer a transição energética e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
O presidente da COP 29, Moukhtar Babaïev, também discursou na abertura.
— A COP 29 é um momento de verdade para o Acordo de Paris — afirmou Babaïev, que é ministro do Ambiente do Azerbaijão.
A participação de Babaïev é questionada no evento, porque ele foi dirigente da petrolífera nacional, Socar, logo alguém influente no setor de combustíveis fósseis.
Chefes de Estados, autoridades e sociedade civil, terão duas semanas para buscar soluções urgentes paras os problemas relacionados as mudanças climáticas. O Brasil é representado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. As delegações do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre são lideradas, respectivamente, pela secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann, e o titular da pasta do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), Germano Breem.