A crise hídrica que afeta a Amazônia foi registrada pelo satélite do observatório europeu Copernicus. Datadas de 24 de setembro, as imagens mostram a drástica redução do Lago Tefé, localizado na região do Médio Solimões.
O lago, que normalmente atinge profundidades de até 5 metros, apresenta níveis alarmantes, abaixo de 1 metro. A foto, que destaca a cidade de Tefé às margens do Rio Solimões, ilustra a severidade da situação: os tons de vermelho visíveis na imagem refletem a saúde da vegetação na área, capturada através de sensores que detectam luz infravermelha, refletida pelas plantas. Quanto mais clorofila, mais vermelho aparece, o que mostra a presença de vegetação.
Em nota, o Copernicus ressaltou que a região enfrenta níveis de água historicamente baixos. Resultado de uma seca extrema que atinge não apenas o Brasil, mas também países vizinhos como Bolívia, Colômbia e Peru.
"Os impactos dessa seca e suas consequências podem ser acompanhados por meio dos dados fornecidos pelos satélites Copernicus Sentinel, que são fundamentais para mapear corpos d'água e apoiar ações de resposta emergencial", disse o observatório.
Maior seca da história
O Brasil enfrenta a maior seca de sua história, conforme análise do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável por subsidiar as ações de enfrentamento de crises climáticas.
São mais de 560 mil pessoas diretamente afetadas. As comunidades enfrentam dificuldades para obter insumos, e os preços de produtos essenciais sobem. Além disso, todas as 62 cidades do Amazonas declararam estado de emergência devido à combinação da seca e das queimadas que agravam ainda mais o cenário.