Centenas de milhares de pessoas na ilha francesa da Reunião se abrigaram em suas casas nesta segunda-feira (15), diante da passagem do ciclone Belal que já deixou um morto nesse território do Oceano Índico. Embora as autoridades tenham ativado o nível de alerta mais alto na manhã desta segunda, devido ao "perigo iminente" representado pelo ciclone, finalmente rebaixaram-no em um grau sete horas depois.
— Não nos livramos de nenhum ciclone, mas não é tão catastrófico como temíamos no início— declarou o prefeito da ilha, Jérôme Filippini, durante uma videoconferência.
Ainda assim, Filippini pediu aos 870 mil habitantes desse departamento ultramarino que permaneçam confinados. O rebaixamento do nível de alerta possibilita que os socorristas operem. Em um comunicado, foi anunciada a morte de um sem-teto em Saint Gilles, no oeste da ilha. Segundo as forças de segurança, seu corpo foi encontrado próximo ao quartel.
Após atingir a Reunião por volta das 9h pelo norte e oeste da ilha, provocando forte chuva e violentas rajadas de vento, o ciclone seguiu para o norte sem penetrar na montanhosa ilha. Céline Jauffret, do serviço meteorológico Météo-France, advertiu, no entanto, que a Reunião seguirá sob influência do Belal durante o dia, com rajadas de até 160km/h e fortes chuvas.
Os serviços meteorológicos da vizinha Maurício ativaram, nesta segunda-feira, o nível de alerta 3 (de 4) pela "ameaça direta" do ciclone, que pode varrer essa nação insular na terça-feira. O último grande ciclone que atingiu essa ilha situada ao leste de Madagascar foi em 2014, mas as autoridades temiam que o atual fosse como o de 1989, chamado de Firinga e que destruiu centenas de casas.
Até esta segunda-feira, segundo a prefeitura, 100 mil casas estavam sem eletricidade, 17% dos clientes de telefonia fixa estavam sem serviço e, preventivamente, o abastecimento de água de 37 mil pessoas foi cortado.