Não será preciso esperar o inverno para vivenciar dias frios no Rio Grande do Sul. A queda na temperatura deve preceder o início da próxima estação, que começa em 21 de junho. A expectativa é que as temperaturas baixem na segunda semana de junho, conforme meteorologistas consultados por GZH.
Nesta segunda-feira (29), municípios do Estado tiveram as primeiras horas do dia típicas de inverno. Durante a madrugada, Porto Alegre registrou 7,3°C, segundo dados captados na estação automática de Belém Novo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a mínima do ano na Capital.
Até então, a temperatura mais baixa registrada neste ano havia sido de 8,1°C, no dia 13 de maio, observada em outra estação do instituto. O interior também teve amanhecer gelado. Bagé, na Campanha, registrou 2,2°C, a menor temperatura do Estado no ano na medição do Inmet.
— É normal para a época ter temperaturas baixas assim por um ou dois dias. Em junho ainda pode e deve ter frio forte, antes do inverno, a partir do dia 10 — afirma o meteorologista Marcelo Schneider, coordenador do Distrito de Meteorologia de Porto Alegre do Inmet.
É possível que a onda da segunda semana do próximo mês seja acompanhada por geada e temperaturas negativas no território gaúcho: porém é cedo para ter detalhes da ocorrência desses fenômenos, diz Murilo Lopes, meteorologista da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A incerteza ocorre porque previsões com intervalo superior a sete dias são menos confiáveis.
— No entanto, temos indicativos de maior escala do movimento atmosférico que sugerem que teremos a incursão de ar mais frio mesmo após a passagem da frente fria (a partir do dia 10). Em relação à intensidade, fica complicado definir o quão forte vai ser. Contudo, tipicamente, temos condições para formação de geada no mês de junho, como aconteceu hoje (segunda-feira) na região da Campanha — diz Lopes.
Porém, antes da chegada da próxima onda de frio, a expectativa é que as temperaturas baixas desta segunda-feira não se repitam no curto prazo:
— Esse ar mais frio vai perdendo força ao longo da semana e, no decorrer desse período, deve dar lugar ao avanço de um ar mais aquecido, que vai provocar elevação nas temperaturas. E, pelo menos, até o dia 10, nós não devemos ter avanço significativo de massa de ar frio para o Rio Grande do Sul — acrescenta o meteorologista da UFSM.
Inverno típico
Segundo a Climatempo, a circulação do vento mantém a umidade concentrada sobre parte do Noroeste, Norte e Serra na terça-feira (30). No Centro-Sul as madrugadas e manhãs com sensação de frio, tarde com sol e sem previsão de chuva. As temperaturas seguem amenas durante o dia.
— Os modelos mostram, no curto prazo, a subida lenta das temperaturas nesta semana. Aqui em Santa Maria, que é um lugar relativamente quente, os modelos estão mostrando temperaturas em torno dos 25°C e 26°C, com manhãs em torno de 14°C e 15°C. Então serão dias bem agradáveis — comenta Vagner Anabor, professor dos cursos de graduação e pós-graduação em Meteorologia da Universidade Federal de Santa Maria.
Anabor afirma que junho e julho serão meses de consolidação dos dias mais frios do inverno, com o ápice de temperaturas baixas previstas para a primeira metade de agosto. Esse cenário se desfaz com a chegada da primavera, na última semana de setembro.
— É um movimento natural. Estamos com quadro neutro, levemente moderado para as condições de temperatura e chuva. Os modelos estão mostrando, nos próximos três meses, um quadro dentro da normalidade. Deve ser um inverno típico no Rio Grande do Sul — pontua o professor.