Chega a 13 o número de exemplares de baleia-franca-austral que apareceram mortas no santuário do Golfo Novo e Península de Valdés, Patagônia argentina. Os motivos estão sendo investigados, informou o Instituto de Conservação de Baleias (ICB).
"Os indivíduos foram detectados entre 24 de setembro e 2 de outubro em águas do Golfo Novo", informou o ICB, sem descartar que os animais tenham sido vítima de biotoxinas.
O instituto estimou que "o objetivo mais urgente é realizar a autópsia das baleias e analisar amostras de água e bivalves para determinar a presença de biotoxinas por florações de algas nocivas (comumente chamadas de maré vermelha), uma das hipóteses para a morte das baleias".
A mortandade foi detectada em meio a uma temporada com presença recorde delas na região, um ímã para o turismo. O levantamento anual de foto-identificação na Península de Valdés, de 31 de agosto a 2 de setembro, registrou 1.420 baleias-francas, número máximo de indivíduos observado em 51 anos de estudo, indicou o ICB em seu site.
— Embora o número de baleias adultas mortas nesta temporada ainda seja menor que o da temporada passada, é preocupante que as mortes tenham sido registradas em um período de tempo tão curto — disse o diretor científico da entidade, Mariano Sironi.
Marcela Uhart, diretora do Programa de Monitoramento Sanitário (PMS), destacou que "os eventos com um número incomum de baleias adultas mortas em um curto período de tempo e na mesma área podem ser indicadores de variáveis ambientais locais que contribuem para a morte das baleias".
O prefeito da vizinha Puerto Pirámides, Fabián Gandón, disse que há "um aumento incomum do que se conhece como maré vermelha nos golfos Novo e San José", no interior da Península de Valdés.
Baleias encalhadas na Austrália
Em 21 de setembro ao menos 230 baleias-piloto foram encontradas encalhadas na costa oeste da Tasmânia, Austrália, informaram as autoridades do país da Oceania. Imagens aéreas mostraram dezenas delas ao longo de um trecho de praia onde a água gelada encontra a areia.
Moradores jogaram cobertores nas sobreviventes e usaram baldes de água para mantê-las com vida, enquanto outras tentavam libertar-se, sem sucesso. Na mesma área, muitas estavam mortas.
Há quase dois anos, a mesma região foi cenário de outro encalhe em massa, com quase 500 baleias-piloto, das quais apenas 100 sobreviveram. As causas dos encalhes em massa não são completamente compreendidas. Cientistas sugerem que podem ser provocados por grupos que desviam de sua rota depois que se alimentam muito perto da costa.