O Chile está passando por um período de temperaturas mais altas do que é considerado normal para a região. Além disso, o país têm registrado chuvas irregulares. Por conta desse cenário, uma geleira localizada no parque Queylat, na Patagônia chilena, se rompeu neste final de semana. As informações são da agência Reuters.
A geleira se desprendeu a mais de 1,2 mil quilômetros de Santiago, capital do país. Quando o bloco de gelo se rompeu foi emitido um alto estrondo, e imagens do momento foram registradas por turistas e publicadas nas redes sociais. Na segunda-feira (12), os vídeos viralizaram e se tornaram um dos principais assuntos dos internautas.
Essa geleira que se rompeu ficava suspensa a 200 metros de altura, no topo de um grande bloco de gelo que é uma das atrações turísticas do parque. A paisagem do local também é marcada por florestas temperadas e fiordes glaciais.
Em entrevista à Reuters, Raul Cordero, pesquisador da Universidade de Santiago, no Chile, explicou que o desprendimento da geleira aconteceu devido às ondas de calor e às chuvas que enfraquecem as paredes de gelo. Cordero ainda enfatizou que embora esses deslocamentos de blocos de gelo sejam comuns, os eventos têm se tornado mais frequente do que o normal devido às mudanças climáticas.
De acordo com o pesquisador, pouco antes do colapso da geleira, foi registrada na região uma intensa onda de calor com "temperaturas anormais" e um "rio atmosférico" (ar relativamente quente carregado de umidade), que ao se encontrar com a topografia andina e patagônica forma grandes nuvens e ocasiona intensa precipitação de chuva.
Para os cientistas, o que está acontecendo no Chile, assim como em outras partes do mundo, são os efeitos das mudanças climáticas que são acentuadas por ações humanas, como as emissões de gases de efeito estufa.
— Uma das consequências do aquecimento global é que está desestabilizando várias geleiras e, em particular, algumas paredes de geleiras instáveis. Esse é o caso do que aconteceu nos últimos dias na Patagônia de maneira semelhante ao que aconteceu há alguns meses no Himalaia e nos Alpes — explicou Raul.