Dezenas de pinguins mortos chamaram atenção na beira da praia no Litoral Norte nesta segunda-feira (30). Moradores de Cidreira e de Balneário Pinhal que circularam pela faixa de areia localizaram os animais.
A Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Balneário Pinhal contou 57 aves da espécie Magalhães em três quilômetros de praia.
— Vamos seguir acompanhando nos próximos dias, esperamos que fique por esse número. Mas não é algo fora da normalidade — afirma Aimée Siqueira Knak, bióloga vinculada à secretaria.
O Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi informado da ocorrência e monitora a situação.
— Em geral, temos um evento no qual morrem muitos pinguins de uma vez só. Eles começam a encalhar em meados de junho, e esse número vai aumentando até ter um pico do meio para o fim do inverno. Depois, essa quantidade vai diminuindo ao longo da primavera — explica o biólogo Maurício Tavares, do Ceclimar/UFRGS.
Tavares acompanha o padrão de encalhes desde 1999 no litoral gaúcho. Segundo ele, em 2012 começaram a ser realizados monitoramentos semanais entre Torres e Dunas Altas. Em média, morrem mais de mil pinguins por ano, a maioria por causas naturais, em um trecho de 130 quilômetros de litoral. O evento de maior repercussão foi em 2014, quando se contou cerca de 700 animais mortos em um único monitoramento.
— Normalmente, as mortes são uma seleção natural, com a maioria desses animais ainda no primeiro ano de vida, magros ou debilitados por alguma doença — relata Tavares.