Uma espécie ancestral de baleia com quatro patas, que teria vivido há 43 bilhões de anos e que até então era desconhecida, foi identificada por um grupo de cientistas da Universidade de Almançora. O esqueleto parcial do Phiomicetus anubis foi encontrado na depressão de Fayum, no deserto ocidental do Egito, e analisado pelos especialistas. As informações são da BBC News.
O estudo sobre a descoberta explica que, ao longo de 10 milhões de anos, os ancestrais das baleias se transformaram de mamíferos terrestres herbívoros, semelhantes a cervos, em cetáceos carnívoros totalmente aquáticos. O material foi publicado pelo Proceedings of the Royal Society B na quarta-feira (25).
De acordo com o documento, a nova espécie se difere das outras por ter características únicas no crânio e na mandíbula, como fossas temporais grandes e alongadas, que sugerem “uma capacidade de processamento mecânico oral mais eficiente” — ou seja, esses animais teriam uma mordida mais forte para capturar suas presas.
Com cerca de 600 quilos e três metros de comprimento, o Phiomicetus anubis era capaz de andar na terra e nadar na água. A espécie recebeu este nome porque o crânio do animal se parece com o de Anúbis, deus egípcio com cabeça de chacal, também conhecido como Deus dos Mortos.
Segundo a BBC, essa não é a primeira vez que pesquisadores encontram um fóssil de baleia com patas, mas especialistas acreditam que o Phiomicetus anubis seja o tipo mais antigo de baleia semiaquática já descoberto na África. Para os cientistas da Universidade de Almançora, a identificação da espécie ajuda a aumentar a compreensão da biogeografia e da ecologia alimentar desses animais.
As primeiras baleias teriam se desenvolvido no sul da Ásia há cerca de 50 milhões de anos. Em 2011, um grupo de paleontólogos descobriu, no Peru, um fóssil de 43 milhões de anos, com quatro patas, pés palmados e cascos.