O esvaziamento do reservatório da Barragem de Laranjeiras, localizada no limite entre as cidades de Três Coroas e Canela, foi necessário devido ao risco de rompimento da estrutura. De acordo com a presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), a engenheira florestal Marjorie Kauffmann, uma análise técnica foi realizada pelo órgão em setembro e constatou o problema.
— Com a falta de manutenção e abandono, uma análise técnica constatou o risco de rompimento da barragem. Com isso, todos os agentes foram avisados e acionados, para ver as medidas a serem adotadas. Há cerca de dois meses, temos um grupo trabalhando nesse empreendimento e identificamos a necessidade de abertura das comportas — detalha.
O esvaziamento começou a ocorrer no sábado. Nesta terça-feira (20), atingido pelas águas da barragem, o Rio Paranhana ficou turvo e peixes apareceram mortos nas margens. A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) interrompeu o abastecimento em 23 bairros de Três Coroas devido à turbidez da água durante a captação.
Sobre a morte dos peixes, a presidente da Fepam confirma que a abertura da barragem causa o deslocamento abrupto de sedimentos que "podem causar efeitos para a fauna que vive naquele recurso hídrico", mas que "não identificou um número grande" de animais mortos.
— Era sabido que algum impacto ocorreria porque estamos adotando medida artificial ao leito que corria em outro prumo. A quantidade de sedimentos que estava na barragem não é suficiente para causar danos contínuos. Todo esse sedimento começou a decantar e, em alguns dias, o rio voltará à questão natural. É um impacto que tínhamos a previsão e consciência de que iria acontecer. Mas dentro do contexto de um rompimento descontrolado, a abertura é a melhor maneira de eliminar o risco para a população do entorno — justifica.