O edital para concessão à iniciativa privada da gestão do Jardim Zoológico de Sapucaia do Sul está pronto e deverá ser lançado após as eleições deste ano. O imóvel, uma área de cerca de 159 hectares, continuará sendo do Estado. Segundo a secretária estadual do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ana Pellini, será concedida apenas a administração do espaço, que não pode ser vendido ou modificado.
Em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta sexta-feira (12), a secretária lembrou que o texto do edital estipula que a empresa que assumir o zoo deverá investir R$ 59 milhões ao longo de 30 anos. Conforme o texto, o espaço deverá ser modernizado com a reconstrução de ambientes, e a empresa precisará adquirir novos animais, ampliando o número de espécies. Está proibida a construção de shoppings, prédios residenciais ou hotéis.
- Ele jamais poderá deixar de ser um zoológico. Temos em torno de mil animais e 60 funcionários. O espaço é muito bom, muito bonito. Os animais são bem cuidados, bem tratados. O zoológico precisa ser modernizado — sustenta.
O ingresso está fixado a R$ 15. Segundo Ana Pellini, além de zelar pelo bem-estar dos animais, o vencedor da licitação poderá oferecer novas atrações, mas obrigatoriamente devem envolver lazer ou educação ambiental.
- O zoológico ocupa cerca de 50 hectares. Temos outros cem hectares, que podem ser utilizados para lazer, trilhas, fazendinha, até parque de diversões, se tiver viés ecológico, pode ser instalado lá.
O edital para a concessão deve ser lançado depois do período eleitoral, para dar garantia jurídica aos interessados. A secretária afirmou que quatro empresas com investidores internacionais fizeram questionamentos sobre o assunto.
- Colocamos o edital em consulta. Tivemos quatro empresas que fizeram muitas perguntas, muitas questões. São empresas grandes, com fundos internacionais investindo. Acreditamos que tenham interesse.
Nesta quinta-feira (11), a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB) foi extinta oficialmente pelo governo do Estado. A extinção foi aprovada pela Assembleia Legislativa em dezembro de 2016, mas a fundação só teve o encerramento das atividades publicado nesta quinta no Diário Oficial do Estado.
Pelo decreto, os servidores estáveis, legal ou judicialmente, passarão a integrar o quadro da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e poderão ser realocados para diferentes atividades. Uma parcela aderiu ao Plano de Demissão Voluntária.
Com o decreto, todos os dirigentes da FZB estão exonerados, com exceção do presidente, do diretor-administrativo e da diretora-executiva do Parque Zoológico. Os três vão permanecer no quadro para dar baixa nos últimos documentos da fundação. O imóvel onde funciona a FZB também será mantido, já que é um prédio tombado que não pode ser vendido — o governo projeta uma reforma no prédio.
Para gerenciar os serviços que antes eram desempenhados pela FZB, a secretaria criou um departamento focado nessas atividades. O serviço de pesquisa e de administração do Jardim Botânico e do Museu de Ciências Naturais será mantido.