Sem gerar bloqueios na rodovia, entidade empresariais e políticas realizaram um protesto no km 396, na BR-116, em Camaquã, no sul do RS. Conforme os organizadores, a mobilização busca chamar a atenção das autoridades federais e interromper a proposta de aumento da tarifa de cinco praças de pedágio da BR-116 e da BR-392.
Segundo os organizadores, cerca de 500 pessoas participaram da mobilização na BR-116, que ocorreu no refúgio de um posto de combustíveis. Faixas, caixas de som e caminhões foram utilizados pelos manifestantes que passaram a tarde no trecho da rodovia.
Desde segunda-feira (1º), o valor do pedágio ficou 28,9% mais caro nas cinco praças de pedágio da BR-116 e da BR-392, no sul do Estado. A tarifa subiu de R$ 15,20 para R$ 19,60, se tornando o preço mais elevado pago nas rodovias federais do Brasil.
Em entrevista ao programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, a presidente da Associação Comercial e Industrial de Camaquã e representante da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul, Carla Geannichini Roxo, explicou que a o aumento prejudica a comunidade de Camaquã e do entorno.
— Nossa mobilização é para barrar imediatamente esse aumento nos postos de pedágio. Também pedimos uma distribuição mais coerente nos pedágios da BR-116. Não estamos trancando a BR, estamos aqui pacificamente sem prejudicar a ida e vinda na rodovia — explica a representante.
A Ecosul, concessionária que administra a rodovia e o pedágios, se manifestou por meio de nota (leia abaixo), informando que colocou suas equipes à disposição, e que o reajuste foi deliberado pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), com base no contrato vigente.
Uma segunda manifestação, também contra o reajuste, estava programada para esta tarde na a BR-392, em Rio Grande, no sul do Estado. Atendendo a um pedido da Ecosul, o plantão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul determinou que a rodovia não poderia ser bloqueada nesta.
O juiz Cleber Fernando Cardoso Pires manteve a possibilidade de manifestações nas áreas de faixa de domínio da rodovia, mas não permitiu bloqueios na pista ou na praça de pedágio. Caso a medida fosse descumprida, a multa a seria de R$ 1 mil para cada um dos manifestantes.
Leia na íntegra a nota da concessionária Ecosul
A Ecosul informa que respeita a legitimidade das manifestações. Reforça ainda, a necessidade de que sejam sempre pacíficas, resguardando a segurança dos usuários e trabalhadores da via e não interferindo na fluidez do tráfego. Nos atos desta quarta-feira (3), a concessionária colocou suas equipes à disposição para auxiliar em ações com esses objetivos.
Em relação aos questionamentos sobre o reajuste, a Ecosul esclarece que o índice foi deliberado pela ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre), com base no contrato vigente, e leva em consideração a recomposição dos reajustes não realizados em 2021 e 2023, além do atraso do reajuste de 2022, que ocorreu somente em novembro daquele ano.
A concessionária reitera que segue à disposição para dialogar com entidades e lideranças sobre todas as melhorias possíveis no atual contrato de concessão.