A Neuralink, startup de neurotecnologia que pertence ao empresário Elon Musk, divulgou na quarta-feira (20) um vídeo que mostra seu primeiro paciente humano com implante cerebral jogando xadrez em um computador. O dispositivo tornou a atividade possível.
Noland Arbaugh, 29 anos, que ficou paralisado dos ombros para baixo devido a um acidente de mergulho há oito anos, falou sobre jogar xadrez e o jogo eletrônico Civilization, assim como sobre ter aulas de japonês e francês controlando o cursor na tela do computador com o cérebro.
— É uma loucura, realmente é. É tão legal — disse Arbaugh, que brincou sobre sua telepatia graças à Neuralink.
A empresa de neurotecnologia de Musk instalou um implante cerebral em um humano pela primeira vez em janeiro, uma ação que o bilionário dono da Tesla e da X considerou um sucesso.
Arbaugh disse que recebeu alta do hospital um dia após o dispositivo ter sido implantado em seu cérebro e que não teve nenhum comprometimento cognitivo.
— Há muito trabalho a fazer, mas já mudou minha vida. Não quero que as pessoas pensem que este é o fim da viagem.
Ele contou que começou pensando em mover o cursor e, eventualmente, o sistema de implante refletiu sua intenção.
— A razão pela qual entrei nisso foi porque eu queria fazer parte de algo que, sinto, vai mudar o mundo — destacou.
Arbaugh disse que no próximo Halloween planeja usar a fantasia de Charles Xavier, personagem dos X-Men da Marvel Comics que se desloca em uma cadeira de rodas, mas possui superpoderes mentais.
— Eu serei o Professor X. Acho que isso é bastante apropriado... sou basicamente telecinético.
Um engenheiro da Neuralink prometeu no vídeo, que foi postado na rede social X e no Reddit, mais atualizações sobre o progresso do paciente. A tecnologia da Neuralink funciona com um dispositivo do tamanho de cinco moedas empilhadas que é colocado dentro do cérebro humano com uma cirurgia invasiva.
A startup, cofundada por Musk em 2016, pretende construir canais de comunicação direta entre o cérebro e os computadores.
A ambição é turbinar as capacidades humanas, tratar doenças neurológicas como esclerose lateral amiotrófica (ELA) ou Parkinson. E talvez um dia alcançar uma relação simbiótica entre humanos e inteligência artificial.
Musk não está sozinho na tentativa de obter avanços nesta área, que é oficialmente conhecida como pesquisa de interface cérebro-máquina ou cérebro-computador.