Elon Musk anunciou nesta segunda-feira (29) que a Neuralink, sua startup de chips cerebrais, foi bem sucedida em realizar o primeiro implante de seu chip cerebral em um ser humano. O dispositivo permitirá que pessoas com paralisia controlem aparelhos com pensamentos.
O anúncio foi feito por meio de postagem no X (antigo Twitter).
Musk informou que o paciente passou pelo procedimento no domingo e tem se recuperado bem, e que os resultados iniciais mostram "detecção promissora de picos de neurônios".
A empresa de neurotecnologia cofundada por Musk em 2016 pretende construir canais de comunicação diretos entre o cérebro e os computadores. O objetivo é melhorar as capacidades humanas, tratar distúrbios neurológicos como o Parkinson e talvez um dia alcançar uma relação simbiótica entre os humanos e a inteligência artificial.
O implante do tamanho de uma moeda é colocado cirurgicamente no cérebro. Até agora ele havia sido testado em macacos, que aprenderam a jogar o videogame Pong sem joystick ou teclado. No ano passado, a empresa disse que obteve aprovação dos reguladores dos EUA para testar seus implantes cerebrais em pessoas.
De acordo com a empresa de dados Pitchbook, a Neuralink, com sede na Califórnia, tinha mais de 400 funcionários no ano passado e arrecadou pelo menos US$ 363 milhões. Elon Musk pretende oferecer o seu implante a todos, para melhorar a comunicação com os computadores e conter, como afirma, o “risco para a nossa civilização” que a inteligência artificial representa.
Pioneirismo
Porém, Neuralink não foi a primeira a realizar esse tipo de implante em humanos, área conhecida como interface cérebro-computador.
A empresa holandesa Onward anunciou em setembro que estava testando o acoplamento de um implante cerebral a outro que estimula a medula espinhal, para permitir que um paciente tetraplégico recuperasse a mobilidade.
Em 2019, investigadores do instituto Clinatec de Grenoble apresentaram um implante que permitia a uma pessoa tetraplégica animar um exoesqueleto e movimentar os braços ou movimentar-se.
Além disso, seis pacientes paraplégicos viveram com sensores implantados em seus vasos sanguíneos durante meio ano, em estudo desenvolvido pela empresa Synchron.