Lançado nesta semana nos Estados Unidos e Brasil, o aplicativo Threads, criado para ser o novo concorrente do Twitter na área de microblogs, não vai impulsionar conteúdos sobre política nem publicações noticiosas em sua plataforma. A decisão representa uma nova estratégia diante do nascimento de diversas redes sociais, como o Facebook e o próprio Twitter.
"Do ponto de vista de uma plataforma, qualquer engajamento incremental que esses materiais possam trazer não vale o escrutínio, negatividade ou riscos de integridade que vêm junto com esses conteúdos", declarou em conversa no app o executivo Adam Mosseri, CEO do Instagram (plataforma fornecedora da infraestrutura e tecnologia para o Threads) e responsável pelo lançamento do novo app.
Mosseri afirma que conteúdos de outras comunidades, como esportes, beleza e moda, já são o suficiente para "fazer uma plataforma vibrante, sem que seja preciso entrar em política ou notícias", escreveu. Como exemplo, ele cita o próprio Instagram, onde esses materiais aparecem, mas não são encorajados pelo algoritmo.
"A meta não é substituir o Twitter. A meta é criar uma praça pública para comunidades no Instagram que nunca abraçaram o Twitter e para as comunidades no Twitter (e outras plataformas) que estão interessadas em um lugar menos raivoso para as conversações, mas não todas do Twitter", escreveu o CEO no app recém-lançado.
A estratégia acompanha o que a Meta (companhia-mãe do Facebook, Instagram, WhatsApp e, agora, do Threads) vem aplicando a todas suas redes sociais, que vêm se distanciando de conteúdos sobre política nos últimos anos e promovendo materiais "positivos".
O Threads ultrapassou o marco de 70 milhões de cadastros de novos usuários em apenas dois dias de lançamento, número comemorado por Mark Zuckerberg, CEO da Meta. "Isso está muito além das nossas expectativas", escreveu Zuckerberg em publicação em conta no Threads.
Lançado em 2006, o Twitter possuía 237,8 milhões de usuários ativos por mês em julho de 2022, pouco antes da conclusão da aquisição por Elon Musk, em outubro, por US$ 44 bilhões.