A Meta, proprietária do Facebook e do Instagram, vai lançar um serviço de assinatura paga a partir de US$ 11,99 (cerca de R$ 62) mensais para permitir que usuários verifiquem suas contas, anunciou o CEO Mark Zuckerberg neste domingo (19), enquanto a gigante das redes sociais atravessa um difícil momento financeiro.
O "Meta Verified", que se parece com a iniciativa de Elon Musk no Twitter, será implementado inicialmente na Austrália e na Nova Zelândia esta semana "e em mais países em breve", com serviços de verificação de identidade e benefícios como "acesso direto ao atendimento ao cliente". "Esta nova função aumenta a autenticidade e a segurança de nossos serviços", explicou Zuckerberg em publicações em suas contas no Facebook e no Instagram.
Nessas duas redes, os usuários receberão um selo mostrando que sua identidade foi verificada, bem como proteções para sua conta, acesso a atendimento ao cliente e mais visibilidade, disse um porta-voz da Meta.
O conteúdo dos criadores que assinarem o Meta Verified será distribuído mais amplamente e aparecerá no topo dos resultados de busca e das recomendações. Para assinar o serviço, que ainda não está disponível para empresas, é preciso ser maior de 18 anos.
Grátis? Não mais
O slogan do Facebook, uma rede social lançada em 2004, há muito tempo tem sido "É grátis e (sempre será)". Dessa forma, estabeleceu o modelo dominante nas grandes plataformas online: os usuários aproveitam serviços gratuitos que recolhem informações pessoais sobre eles para depois lhes enviarem publicidade personalizada.
Aclamados por anunciantes, de grandes marcas a pequenas empresas, os titãs da internet Google e Meta rapidamente se tornaram os players dominantes do setor, com lucros de dezenas de bilhões de dólares a cada ano. Mas em 2022, a Meta viu sua receita publicitária cair pela primeira vez desde que o grupo californiano abriu seu capital em 2012.
Somente o Facebook atingiu 2 bilhões de usuários ativos diariamente na plataforma. Mas entre a inflação que afeta os orçamentos dos anunciantes e a concorrência acirrada de aplicativos como o TikTok, esses usuários não já não contribuem com tanta informação para a Meta como antes.
A empresa também está sofrendo muito com as mudanças regulatórias introduzidas pela Apple, que restringem a capacidade das redes sociais de coletar dados dos usuários para vender espaços publicitários ultra-segmentados.
Esses fatores já levaram outras redes, do Reddit ao Snapchat, a lançar planos pagos.
"Eficiência"
Adquirido por Elon Musk em outubro, o Twitter habilitou o Blue, uma assinatura para que os usuários possam autenticar suas contas, ter seus tweets exibidos com prioridade e ver menos anúncios, entre outros benefícios.
Blue e Meta Verified não têm o mesmo preço caso a assinatura seja contratada na web ou no aplicativo móvel, devido às comissões cobradas pela Apple nos iPhones e pelo Google nos smartphones com Android.
Os usuários pagarão US$ 11,99 por mês pelo Meta Verified na web ou US$ 14,99 por mês nos sistemas operacionais iOS ou Android.
A Meta implementou um plano de demissões em massa ano passado, cortando 13% de sua força de trabalho, e Zuckerberg indicou no início deste mês que queria menos gerentes em "níveis médios".
O ano de 2023 será o ano da "eficiência", prometeu, mensagem bem recebida pelos investidores da bolsa.
* AFP