Um dos maiores cometas já observados está vindo da borda do sistema solar em direção à Terra e deve se aproximar ainda mais nos próximos 10 anos, de acordo com a BBC. Com 150 quilômetros de diâmetro, ele é aproximadamente 31 vezes maior do que os cometas geralmente vistos pelos astrônomos. Detectado pela primeira vez em 2014, só foi possível identificá-lo agora, sete anos depois.
Batizado de Bernardinelli-Bernstein, em homenagem aos cientistas que o descobriram — entre os quais um brasileiro, Pedro Bernardinelli —, ele foi primeiro confundido com um "planeta anão".
À medida que o cometa seguir se aproximando da Terra, os cientistas poderão observá-lo e aprender mais sobre a formação do sistema solar.
— Temos o privilégio de ter descoberto, talvez, o maior cometa já visto, ou pelo menos maior do que qualquer um bem estudado, e o flagramos cedo o suficiente para que as pessoas o vissem evoluir à medida que se aproxima e aquece — disse o americano Gary Bernstein, o outro astrônomo que descobriu o cometa, orientador do brasileiro na pesquisa. — Ele não visita o sistema solar há mais de 3 milhões de anos — afirmou.
O que é um cometa?
De acordo com a BBC, assim como os planetas, os cometas orbitam o sol. Eles são diferentes dos asteroides, entretanto, por sua composição. São parecidos como uma bola de neve maciça, feita de gelo e poeira e algum material rochoso. É possível reconhecê-lo no céu noturno por suas longas caudas, que podem se estender por milhões de quilômetros.
De acordo com a Nasa, a agência espacial americana, existem, atualmente, 3.743 cometas conhecidos, que normalmente possuem cerca de três a cinco quilômetros de diâmetro, o que corresponde ao tamanho de um vilarejo. O Bernardinelli-Bernstein, em especial, tem cerca de 150 quilômetros de diâmetro, o que equivale à distância entre Rio de Janeiro e Cabo Frio, ou São Paulo e Bertioga.
Não há motivo para pânico de que atinja a Terra, pois sua órbita está muito longe, o que significa que ele não vai colidir. Na verdade, está tão longe que os astrônomos estimam que leve milhões de anos para circundar o Sol — enquanto a Terra leva 365 dias.
Na próxima década, conforme o cometa Bernardinelli-Bernstein for se aproximando do Sol, os cientistas poderão observá-lo melhor. Há expectativas de que ele chegará mais perto da Terra em 21 de janeiro de 2031. Nessa data, entretanto, ele ainda estará a cerca de 1,6 bilhão de milhas de distância do Sol.