O astrônomo amador José Luiz Pereira, morador de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, fez o registro de um impacto de asteroide de 450 toneladas no planeta Júpiter, no último dia 13 de setembro — feito celebrado pela comunidade cientifica mundial. No Brasil, ele foi o primeiro a realizar a façanha.
— Já esperava que no meio da astronomia teria impacto, mas isso extrapolou — disse o astrônomo. — Me pegou de surpresa (a repercussão), perdi o controle das minhas mídias, foi uma bagunça total.
A paixão pela astronomia nasceu com ele, segundo contou em entrevista ao SuperSábado, da Rádio Gaúcha. José Luiz disse que passou a infância olhando para o céu, e ainda segue o fazendo. Aos 22 anos, conseguiu comprar seu primeiro telescópio, na capital paulista.
— Era muito difícil conseguir essas coisas aqui no Brasil — conta.
A partir da teoria que se popularizou na década de 1980, que diz que os dinossauros foram instintos após um meteoro atingir a Terra, o interesse por estes objetos aumentou entre os amantes da ciência; seja pelo medo de um novo meteoro atingir o nosso planeta, ou por simples curiosidade, como foi o caso de José Luiz.
Segundo o entrevistado, a questão não é “se” vai acontecer (cair um novo objeto na Terra), mas “quando” vai acontecer. Porém, a frequência para isso ocorrer novamente é baixa: a cada 300 anos. No caso de objetos menores, como o que atingiu Minsk, na Rússia, em 2013, o intervalo cai para 10 anos. Na ocasião, 950 pessoas ficaram feridas em consequência de um meteoro que atravessou o céu do país, lançando bolas de fogo e causando danos às casas da região.
Ainda segundo o astrônomo, alguns objetos caem no oceano e sequer recebem registro.
José Luiz trabalha desde 2012 em um projeto que busca mapear impactos em planetas gasosos. Todas as noites, ele se programa com um telescópio, e passa horas filmando o planeta em busca de alguma novidade. Junto dele, mais quatro colegas da astronomia amadora fazem a mesma tarefa.
— Espero que o próximo registro seja feito por um brasileiro também, que isso sirva de inspiração — disse.
Com a repercussão do feito, José Luiz foi convidado por cientistas para ir à Polônia visitar o observatório Nicolau Copérnico. Outros encontros estão na agenda do brasileiro para o próximo ano. Ele disse que espera que este registro ajude a comunidade cientifica em novas descobertas, e seguirá atento para futuros eventos.
Veja, a partir de 1 minuto e 25 segundos, a gravação feita por José Luiz: