Um professor do curso técnico em informática para diante da turma, ajeita o cinto da calça, posiciona as mãos na cintura e fala para o grupo de ingressantes, composto por 77 homens e três mulheres:
– Estamos dando início a mais um semestre, e a escola continua parecendo um barco pirata: a maioria é homem ou canhão.
Essa foi a nada acolhedora mensagem de boas-vindas que Rosalba Monteiro recebeu, aos 19 anos, quando optou por seguir carreira no ramo de tecnologia. Ela conseguiu chegar ao final desse curso. Porém, só restou ela entre as mulheres – as outras duas colegas desistiram no meio do caminho.
Hoje, aos 30 anos, Rosalba cursa as disciplinas finais da graduação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, na Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Fadergs), e é uma das 20 mulheres (homens são 190) que trabalham com tecnologia na DBC Company, empresa de software de Porto Alegre.
Zalba, como é mais conhecida, caiu no setor por acaso. Instigada pela família a estudar, quando estava no Ensino Médio acabou fazendo um curso básico de informática. Nas aulas, descobriu que o programa Excel permitia a criação de comandos de programação que automatizavam tarefas que ela tinha de executar. A partir dali, decidiu mergulhar nesse universo, apesar de, na época, não se enxergar como tecnologista. Ela imprimia apostilas sobre o assunto e decorava os comandos que poderiam ser realizados.
– Não sabia que isso era uma profissão, não sabia que eu poderia fazer aquilo para ganhar a vida – ela lembra. – Tinha curiosidade em aprender e gostava daquilo, mas não tive o incentivo para seguir essa carreira na escola, porque atividades ligadas ao raciocínio lógico são muito mais direcionadas aos homens do que às mulheres.
A sensação da desenvolvedora corresponde à realidade. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada em 2016, mostra que as mulheres estão fora dos postos de trabalho gerados pela revolução digital: dos mais de 580 mil profissionais do setor que atuam no Brasil, somente 20% são do sexo feminino. A desigualdade justifica-se a partir de um olhar mais amplo para a condição dos homens e das mulheres. A pesquisa Por Ser Menina no Brasil: Crescendo Entre Direitos e Violências, realizada pela ONG Plan International Brasil com crianças de seis a 14 anos, em 2015, constatou que há um abismo na distribuição de tarefas domésticas entre meninos e meninas. Das garotas entrevistadas, 81,4% afirmaram que arrumam a própria cama, atividade que é executada por apenas 11,6% dos meninos. Além disso, 76,8% das gurias lavam a louça e 65,6% limpam a casa, enquanto apenas 12,5% dos irmãos fazem a primeira atividade e 11,4% realizam a segunda.
Joanna Burigo, mestra em Gênero, Mídia e Cultura pela London School of Economics, de Londres, afirma que não existe incentivo que explore a autonomia e liberdades femininas:
– Foram determinados os valores que devem ser compartilhados por mulheres e homens, e, dentro dessa construção, não há a naturalização de que a mulher pertence ao campo das ciências. Ao contrário: ela está atrelada ao universo reprodutivo, ao dos cuidados com os outros, ou seja, ao serviço que muitas vezes é gratuito. O homem, enquanto isso, é tido como produtivo. A ordem de gênero é hierárquica e historicamente beneficia os meninos.
Os estereótipos são incorporados desde cedo, fazendo com que as garotas criem ideias falaciosas sobre si mesmas em relação as suas capacidades em matemática, por exemplo. Em 2017, as universidades de Nova York, Princeton e Illinois, nos EUA, realizaram um experimento para analisar a percepção de que crianças de cinco a sete anos tinham sobre suas habilidades intelectuais. Aos pequenos de cinco anos, foi contada a história de uma personagem muito inteligente, que não teve seu gênero definido. Quando eles foram perguntados como seria essa pessoa, as crianças escolheram alguém com o mesmo sexo que o delas. Contudo, a partir dos seis anos, essa percepção muda para as gurias: elas começam a acreditar que tal personagem é um homem.
– Os estereótipos culturais moldam as escolhas das mulheres – acredita Camila Achutti, cientista da computação e CEO da escola de capacitação em tecnologia Mastertech. – É preciso que a gente destrua esse arquétipo de que a mulher é vulnerável, cuidadora e que temos mais facilidade com a área de humanas do que com a de exatas.
A menina não nasceu naturalmente inclinada a brincar de casinha, e o menino, a gostar de carrinho e robôs. Isso é fruto de uma construção social, de valores patriarcais que precisam ser derrubados para que as mulheres se sintam à vontade para entrar nesse mercado, que é um dos que mais crescem e que, por isso, demanda muita mão de obra.
Hostilidade acadêmica
A procura por profissionais ligados à inovação e à tecnologia cresce conforme a revolução digital avança. Contudo, as mulheres encontram obstáculos em cursos superiores da área de exatas. Em 2018, Camila foi eleita uma das 30 pessoas com menos de 30 anos mais influentes do mundo no ramo de Ciência, Tecnologia e Educação, pela Forbes (ela tem 28 anos). Em 2017, havia ensinado mais de 15 mil jovens, da Amazônia até comunidades cariocas, a criarem e desenvolverem aplicativos. Porém, para chegar e ocupar essa posição, barreiras, medos e a sensação de não pertencimento à área da computação tiveram de ser enfrentados. Filha de pai programador, ela relembra que cresceu ouvindo-o ditar códigos de programação por telefone. A fantasia em relação àquilo – que ela não sabia que era uma profissão – evoluiu.
A graduação na área começou a ser cursada na Universidade de São Paulo (USP) em 2010.
– Eu queria falar com aqueles alienígenas com os quais meu pai conversava, naquela linguagem usada por ele. Fantasiava a profissão. Quando tive as primeiras aulas, levei um baque, porque quase não havia mulheres na minha turma e os conteúdos eram todos construídos e pensados para os homens. Aí, comecei a questionar minhas habilidades e a acreditar que aquele lugar não era para mim – relata.
Camila quase entrou para a estatística da Pnad Contínua, de 2016, que revelou que 79% das mulheres que ingressam em graduações relacionadas à área de Tecnologia da Informação (TI) abandonam a faculdade ainda no primeiro ano. O curioso é que, em 1974, a primeira turma de formandos do curso de Ciências da Computação da USP tinha 14 mulheres e seis homens. A grande virada e o progressivo afastamento feminino da área deram-se a partir dos anos 1980, com a popularização dos computadores pessoais e dos games.
A combinação dessas duas invenções fez com que os homens, que antes estavam mais atrelados à produção de peças de hardware, voltassem sua atenção para o desenvolvimento de software. A CEO da Mastertech acredita ainda que o fato de a área da tecnologia ter se tornado uma espécie de Clube do Bolinha está atrelado à demarcação de território:
– A computação dá dinheiro. As pessoas são mais bem remuneradas do que a média nacional. E o homem, que está em uma posição de privilégio, tem resistência em ceder, em compartilhar esse espaço.
Camila precisou enfrentar menos dificuldades do que alguém como Ana Carolina da Hora, que tem 24 anos e é estudante de Ciência da Computação na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Nina, como é conhecida, foi a única negra entre os 350 jovens selecionados pela Apple para participar da Conferência Mundial de Desenvolvedores da Apple 2018 (WWDC), evento realizado em setembro, na Califórnia (EUA), que possibilita aos desenvolvedores a chance de aprender e criar novos games e aplicativos na plataforma iOS.
Nina vem de uma família de professores. Foi incentivada a estudar o que queria – desde que o curso estivesse dentro das possibilidades financeiras dos pais. Para perseguir o sonho de se tornar uma tecnologista, chegou a enfrentar a exaustiva rotina de sete horas diárias de deslocamento entre sua casa, a faculdade e o estágio. Vinda da Baixada Fluminense, região da periferia do Rio, ela iniciou os estudos no Ensino Superior na Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro (Faeterj). Após dois anos, incentivada pelos gestores da empresa em que estagiava, conseguiu uma bolsa na PUC-Rio. A mudança de uma universidade para a outra foi radical.
Ter mais mulheres no setor faria com que a gente se desse conta de que também é preciso resolver outros problemas, que não parecem próximos de muitas pessoas.
CAMILA ACHUTTI
CEO da escola Mastertech
– As pessoas são muito diferentes, são ricas, filhas de políticos. No início, eu não me sentia bem, não tinha amigos, não falava com ninguém. Por ser bolsista, tinha acesso ao apoio psicológico que a faculdade presta aos estudantes. Fiquei amiga do pessoal desse núcleo, e não dos meus colegas – relembra a jovem, que será apenas a terceira aluna negra a se formar no curso que existe há 10 anos. Para se ter uma ideia, entre os quase 92 mil bolsistas da área de exatas – distribuídos em iniciação científica, mestrado e doutorado – contabilizados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em 2015, apenas 5,5% é composto por mulheres negras.
– As mulheres negras são estimuladas a exercerem outras profissões em função do machismo que está enraizado em nossa sociedade. Além disso, essas meninas sofrem com a falta de oportunidades de estudo e, quando conseguem vencer as barreiras, são julgadas pelo cabelo, pela roupa e pelos computadores que usam – avalia Andreza Rocha, que atuou por mais de 10 anos no setor de recrutamento em empresas de tecnologia e é CEO do Afrotech, movimento que visa proporcionar a ascensão e capacitação de profissionais negros a posições de liderança técnica.
Diversidade limitada
Atualmente, as mulheres são maioria nos bancos acadêmicos: correspondem a 57% dos universitários matriculados, segundo o Censo da Educação Superior de 2017. Entretanto, a situação se inverte em cursos da área de exatas. Conforme esse levantamento, elas correspondem a 10,2% dos alunos matriculados em Engenharia Mecânica, a 13,1% dos que cursam Engenharia Elétrica e a 30,3% dos graduandos em Engenharia Civil. A escassez feminina nessas áreas é refletida na falta de profissionais no mercado de trabalho.
A população é diversa. Pessoas com olhares distintos trazem soluções plurais e mais criativas para os problemas.
ANDREZA ROCHA
CEO do movimento Afrotech
E, além disso, limita o crescimento econômico, segundo apontam estudos como o Delivering Through Diversity, realizado pelo McKinsey and Co., grupo norte-americano de consultoria empresarial, que pesquisou a realidade de mil empresas de 12 países diferentes e constatou que os empreendimentos com maior presença feminina têm 21% mais chances de apresentarem lucro acima da média.
Andreza acredita que a participação diminuta de mulheres no setor faz a desigualdade persistir e que combatê-la é um desafio de todos:
– Não se transforma o mundo com menos da metade da população. É fundamental que seja internalizado que precisamos de perfis diversos produzindo aplicativos e softwares para a população, porque esta é diversa. Pessoas com olhares distintos trazem soluções plurais e mais criativas para os problemas. Escola, família e sociedade devem atuar juntas para estimular o interesse de mulheres nas ciências exatas.
Camila Achutti, CEO da Mastertech, prevê que a participação feminina especificamente no setor de tecnologia seria um passo importante para enfrentar outros tipos de problemas sociais:
– Há aplicativos de entrega, mas não há um que busque zerar o número de casos de feminicídio. Ter mais mulheres no setor faria com que a gente se desse conta de que também é preciso resolver certos problemas que assolam a população, mas que não parecem próximos de muitas pessoas. Acredito na criação de um ciclo positivo de empoderamento.
Divulgada neste ano, a pesquisa #QuemCodaBR, da consultoria global de software Thoughtworks, em parceria com a PretaLab, uma organização social do Olabi, que busca democratizar a produção de tecnologia, revelou que a maioria das pessoas que trabalha em tecnologia no Brasil é composta por homens brancos jovens de classe média alta. Trata-se, segundo a pesquisadora Joanna Burigo, de uma consequência do que é visto em outros setores da sociedade:
– Os homens brancos criaram uma rede de valores, habilidades e competências em torno de si mesmos, colocando-se em posição de poder. A partir daí, cria-se um viés inconsciente de que o corpo masculino nasceu para liderar. E eles acabam não sendo recompensados por seus talentos, mas pela condição com que nasceram.
Pesquisadora da Universidade de Londres, Simone Strumpf observa que essa associação histórica da inovação ao universo masculino motivou a criação de uma cultura chamada “brogammer” (reunião das palavras brother, ou “irmão”, e programmer, “programador”). Nesse universo, a presença feminina pode até mesmo ser considerada uma “distração” – o que fez com que Zalba, da DBC Company, por exemplo, enfrentasse menos dificuldades de inserção, afinal, autodeclara-se negra e indígena, integra a comunidade LGBT+ e acredita ter uma aparência “mais próxima do que a sociedade entende como masculina”.
– É uma lógica perversa – comenta. – Por ser lésbica, as empresas acreditavam que era positivo me contratar, porque eu tinha uma aparência parecida com a dos outros integrantes da equipe e não iria distrair ninguém. Meu trabalho não era tão questionado, mas os ambientes sempre foram homofóbicos e sexistas. Tive que criar uma armadura para resistir no mercado – relembra a tecnologista, que foi a única programadora mulher em quatro das seis empresas nas quais trabalhou até hoje.
A mudança já começou
Paula Costa, 52 anos, ocupa um cargo raro dentro do ramo. Formada em Análise de Sistemas na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e com especialização na área de negócios, ela atua como gerente de desenvolvimento de software em uma empresa de tecnologia e coordena uma equipe composta por aproximadamente 20 pessoas em Porto Alegre. Há mais tempo nesse mercado, ela enfrentou dificuldades ao longo dos anos, adquirindo experiência no enfrentamento das hostilidades.
– A mulher é testada. Todos os dias temos que mostrar que temos condições de exercer essa função. É um fardo – define. – Mas, com o tempo, adquiri confiança e criei mecanismos para não me deixar abater.
É por isso, acrescenta Andreza, que é importante acompanhar a jornada das profissionais que se aventuram nesse mercado restrito – quando elas forem incorporadas pelas companhias.
– O líder precisa ser propositivo, dar suporte ao colaborador, delegar tarefas compatíveis com as habilidades desse funcionário e repassar para a equipe a importância da diversidade e da inclusão de gênero e raça na empresa – defende. – O time precisa estar consciente desse movimento para que o ambiente não se torne insalubre psicologicamente.
Depois de viver situações de adversidade, Zalba diz estar hoje em uma posição confortável e um espaço seguro, o que indica que já está havendo mudança no cenário de dificuldade de inserção para elas:
– Apesar de termos poucas desenvolvedoras nas equipes, vejo uma preocupação em começar a inserir mais mulheres.
Essa preocupação já é perceptível em iniciativas dentro das companhias, como a DBC Company, que patrocina grupos de capacitação de mulheres, e também fora do ambiente interno das empresas. Um exemplo desse segundo caso é o projeto Computação Sem Caô, que ensina conceitos de programação no YouTube desde 2018 – a partir de uma ótica feminina. Nina da Hora, a responsável pela iniciativa, conta que tudo começou a partir de uma vontade de ensinar a avó, Maria Solange, 79 anos, o que faz uma cientista da computação. A primeira tentativa de aproximação entre elas foi documentada por Nina no Instagram.
Eram duas meninas e eu em uma sala de 30 meninos. Esse número nunca foi diferente na faculdade
TATIELE RAMOS
Organizadora do Rails Girls POA, sobre as aulas de Sistemas para Internet
A jovem disponibilizou na plataforma social o dia em que explicou o que são algoritmos para Maria Solange. Usando técnicas educacionais desenvolvidas por Paulo Freire, a universitária utilizou uma analogia de receita de bolo para mostrar que o algoritmo ajuda o computador a entender o que o usuário deseja que ele execute. Nina conta que o projeto é uma forma de agradecer o empenho que a família depositou nos estudos dela.
– As estatísticas jogam contra mim, mas a educação salvou minha vida – diz. – Cada conquista minha é de toda a minha família, que se desdobrou em diversos pedaços para que eu pudesse ter acesso ao conhecimento que tive. Mais do que oportunidade, a gente precisa dar acesso ao conhecimento. Infelizmente, a educação não é para todos. Mas precisa ser.
Já o projeto Django Girls, um movimento global que ensina mulheres, de maneira gratuita, a programar utilizando a linguagem Phyton, ganhou um braço na capital gaúcha em 2015. A intenção é democratizar o conhecimento na área – é gratuito e não há pré-requisito para as interessadas se inscreverem, a não ser saber ler e escrever.
– A mulher é capaz de fazer tudo o que ela quiser, e isso inclui o mercado da computação. A TI é violenta conosco, causa desgaste emocional muito grande, por isso, além dos eventos de capacitação, procuramos criar espaços seguros, de confiança para que a gente possa desabafar, mas também tirar dúvidas sobre programação sem que nos julguem, sem que as pessoas desacreditem das nossas capacidades e habilidades – diz Desirée Medeiros, uma das organizadoras do Django Girls Porto Alegre.
Um pouco mais antigo, o Rails Girls POA teve sua primeira edição em 2012. O propósito da oficina realizada desde então é instigar meninas e mulheres a assumirem um papel cada vez mais presente no mundo do desenvolvimento, além de criar um ambiente no qual elas possam se empoderar e conhecer outras mulheres tecnologistas.
As edições, que são sempre gratuitas e com duração de dois dias, são construídas a muitas mãos e de maneira voluntária. As treinadoras são em sua maioria desenvolvedoras participantes de encontros realizados nos anos anteriores. Tatieli Ramos, hoje organizadora do evento, foi oficineira em 2015. Ela explica:
– A cada ano tentamos promover uma forma nova de ministrar o ensino. Inicialmente, as treinadoras conduziam as meninas pelo tutorial. Depois, deixamos as meninas se conduzirem pelo tutorial com o auxílio das treinadoras – exemplifica.
Curiosa desde criança, ela relembra que gostava de mexer no computador, um Windows 98, que ficava na clínica na qual sua avó trabalhava. Apesar do pouco incentivo, insistiu em se matricular em um técnico de informática.
– Eram duas meninas e eu em uma sala de 30 meninos. Esse número nunca foi diferente na faculdade – lembra Tatieli, que cursou Sistemas para Internet. – Nas minhas turmas, o número de homens sempre era bem maior do que o de mulheres. Por isso, não largo o Rails Girls. A curiosidade sobre tecnologia e a vontade de mostrar para mais mulheres que esse mundo é nosso, só cresce a cada evento.
A julgar por iniciativas como essas, pode-se acreditar que esse crescimento é constante e consistente.