Aos oito anos, o então menino de Feira de Santana (BA) Lucas dos Santos executou algo que fez seus olhos brilharem. Em um computador, item raro para muitas famílias na década de 1990, incluindo a dele, escreveu o nome dos familiares usando os recursos de um software. Quando o botão imprimir foi clicado, o que havia sido digitado no mundo virtual transformou-se em algo concreto. E o encantamento com a máquina foi imediato.
– Fiquei emocionado. Nunca havia visto um computador, e achei, na época, muito legal aquela máquina que aceitava os comandos dados por mim e imprimia o que eu havia escrito. Naquele momento, descobri que queria trabalhar com aquilo, com uma profissão que eu ainda nem sabia o nome – relembra Lucas, que hoje tem 32 anos e trabalha como desenvolvedor no escritório de Porto Alegre, onde vive há 10 meses, da empresa de softwares ThoughtWorks Brasil.
Ele cursou Ciências da Computação na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, e, depois, deu início a sua saga em busca por oportunidades de trabalho. Foi bolsista na UFBA e, mais tarde, passou por quatro empresas da área de software. Em todos esses locais, a ausência de colegas negros era uma máxima. Geralmente, Lucas era o único na empresa – e isso fazia com que o sentimento de solidão e não pertencimento fosse uma frequente.
O tecnologista destaca ainda ter convivido com a falta de confiança dos gestores em seu potencial e diferenças salariais entre ele e demais funcionários dessas companhias.
– Havia muita desconfiança em relação ao meu trabalho. Como desenvolvedor, o que mais me instiga é estar envolvido na concepção de novos projetos. Só que, geralmente, eu era designado para a manutenção de antigos, enquanto a parte de inovação acabava ficando com outros colegas. Meu salário era menor quando comparado ao de pessoas brancas que desempenhavam exatamente a mesma função e tinham a mesma capacitação que eu. Quando questionava meus coordenadores, a resposta dada era de que, no momento de contratação dos meus colegas, era vislumbrado um projeto maior, por isso eles conseguiam investir mais nos outros funcionários do que em mim – relembra o desenvolvedor.
Dados de 2016 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) confirmam as impressões de Lucas, evidenciando a existência de uma divisão racial do trabalho no país. Na área de engenharia de equipamento em computação, 92% dos trabalhadores são brancos. Já os engenheiros mecânicos automotivos são 90% brancos, e os engenheiros aeronáuticos, 88,4%. Enquanto isso, em atividades que demandam trabalho braçal ou uma formação mais rápida e menos complexa, há uma inversão: 92,7% dos trabalhadores da cultura do dendê, 84,3% de cultivadores de trepadeiras frutíferas e 83,7% dos que trabalham no cultivo de frutas rasteiras são negros. O diretor de projetos do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), Daniel Teixeira, pontua que, no Brasil, há um sistema racista que hierarquiza as relações, atuando como agente impeditivo da ascensão profissional (e também social) da população negra. Ele defende que esse sistema faz com que a população branca de uma maneira geral goze dos estereótipos positivos.
Meu salário era menor quando comparado ao de pessoas brancas que desempenhavam exatamente a mesma função e tinham a mesma capacitação que eu.
LUCAS DOS SANTOS
Desenvolvedor de softwares
– Existe um teto de chumbo que breca a escalada de pessoas negras – diz, metaforicamente. – Porque à figura desse contingente populacional estão atrelados uma série de adjetivos negativos e inaptidões. Muitas pessoas acreditam que o racismo nos EUA foi e é mais forte porque houve uma segregação escancarada. Porém, o racismo verificado no Brasil também é extremamente perverso, porque freia a possibilidade de mobilidade social. Temos problemas estruturais em nosso país que se atualizam e retroalimentam a exclusão. Por isso é preciso que as empresas pensem políticas e ações de equidade racial e falem sobre o assunto. O silêncio que há em torno da questão racial no Brasil só reafirma esse sistema. Ele precisa ser rompido para que as correções, visando à equidade, sejam feitas – complementa o diretor do Ceert, acrescentando que o processo de desigualdade, quando associado à questão do trabalho no país, teve origem no tempo da escravidão.
Nos EUA, os números são um pouco diferentes. Um levantamento intitulado Save Our Cities: Powering The Digital Revolution – State of Black America 2018 trouxe à tona que apenas 5,8% dos negros daquele país ocupavam postos de emprego na indústria da tecnologia (o percentual de brancos era de 8,5%, com os mais de 80% dos postos restantes sendo ocupados por outras etnias).
Esse detalhamento dos números não existe no Brasil, segundo Sil Bahia, coordenadora do Pretalab, um levantamento que traçou o perfil das tecnologistas negras e indígenas brasileiras, e diretora do Olabi, organização social que busca democratizar a produção de tecnologia.
– A quantidade reduzida de pesquisas indica apagamento, o que evidencia que essa situação de desigualdade não é entendida como um problema real – argumenta Sil. – Quando não temos dados que comprovem a existência desse abismo social, não teremos políticas que visem a sua resolução. Se não tivermos diversidade dentro das empresas, se as empresas continuarem ignorando, em seus ambientes, a diversidade de gênero, classe e raça que existe nas ruas, vamos viver o acirramento das desigualdades e todas as outras mazelas que elas trazem a reboque.
Discriminação algorítmica
Uma das consequências da falta de pluralidade dentro das companhias da área de tecnologia é o reforço de estereótipos e preconceitos no momento em que são pensadas as novidades lançadas no mercado. Um caso bastante rumoroso se deu no ano passado, quando Chukwuemeka Afigbo, diretor de parcerias do Facebook no Oriente Médio e na África, postou um vídeo demonstrando como uma saboneteira automática não reconhecia a pele negra e, com isso, não liberava o líquido para lavar as mãos dos negros (veja abaixo). Esse tipo de dispositivo, muito comum em banheiros públicos, é acionado por sensores infravermelhos com uma lâmpada LED. Ele envia uma luz invisível que, quando refletida para o sensor, libera o sabão. Porém, naturalmente, tons mais escuros absorvem mais a luz, o que diminui sua capacidade de reflexão.
O problema poderia ser resolvido se tivesse sido desenvolvido ou mesmo testado por uma gama mais diversa de indivíduos, cujos tons de pele fossem variáveis, abrangendo a diversidade social verificada nas ruas. O vídeo viralizou e deu início a uma série de debates em torno da representatividade no ambiente de invenção das empresas de tecnologia.
Outra situação de discriminação algorítmica foi descoberta, também em 2018, com um estudo desenvolvido pelo Dartmouth College, dos EUA, que trouxe à tona a informação de que o Correctional Offender Management Profiling for Alternative Sanctions (Compas), programa utilizado pela justiça norte-americana para prever a reincidência criminal de condenados, tende a apontar que negros têm o dobro de chances de cometerem novos crimes quando comparados aos brancos. Isso porque, segundo o estudo, o programa foi construído a partir de um banco de dados no qual há mais negros do que pessoas de outras etnias – e o sistema automaticamente detecta esse dado e o processa, como se fosse uma regra.
A inovação precisa de olhares diferentes e de variadas vivências, se não estaremos fadados à limitação e à exclusão. As tecnologias carregam a visão de mundo e a cultura de quem as cria.
SIL BAHIA
Diretora do Olabi
A coordenadora do Olabi explica que a chamada inteligência artificial (IA) e as demais tecnologias adquirem os mesmos desvios culturais arraigados em nossa sociedade e que, por isso, elas nunca são neutras – mesmo que ligadas a máquinas e algoritmos. Sil observa que “um tipo de olhar rege as escolhas políticas do mundo” e, nesse contexto, “grande parte da população e suas mais diferentes demandas ficam de fora do processo de tomada de decisão”:
– A inovação precisa de olhares diferentes e de variadas vivências, se não estaremos fadados à limitação e à exclusão. As tecnologias carregam a visão de mundo e a cultura de quem as cria. No Olabi, por exemplo, temos um colaborador que criou o projeto Afro Engenharia. Ele é cineasta e desenvolveu equipamentos com cano do PVC e confeccionou peças com o auxílio de impressoras 3D. Só que foi além: construiu esses equipamentos em cores vibrantes, porque sabe que um tripé de câmera na cor preta pode ser confundido com uma arma de fogo, o que pode colocar a vida de quem o carrega em risco. Quem não vive a realidade de violência extrema que atinge as periferias, onde de fato um tripé pode ser confundido com um fuzil e motivar uma reação violenta de um policial, não teria pensado nisso.
Desigualdade desde a base
Para entender a ausência de pretos e pardos – que são maioria no país, representando 54,9% da população brasileira, segundo o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – no mercado de tecnologia é preciso dar um passo atrás e verificar como ocorre a formação dos negros no país. Indicadores ligados às condições sociais desse contingente populacional os colocam à margem da sociedade e, consequentemente, das oportunidades de trabalho. O Mapa da Violência de 2018, estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, por exemplo, mostrou que a taxa de homicídios de pretos e pardos foi de 40,2 por 100 mil habitantes, enquanto a de não negros foi de 16 – menos da metade.
O Ministério da Saúde revelou, em 2014, que a hanseníase, doença causada por uma bactéria cuja transmissão está relacionada a condições precárias de moradia e higiene, teve 31.064 casos notificados, sendo 21.554 deles na população negra. Ou seja, pretos e pardos, de um modo geral, vivem em piores condições – e isso se reflete em sua saúde e educação. A organização sem fins lucrativos Todos Pela Educação expôs, em 2016, que 70,7% dos adolescentes brancos entre 15 e 17 anos estão no Ensino Médio. Entre os negros, esse número cai para 55,5%. Em 2015, apenas 12,8% dos negros entre 18 e 24 anos haviam alcançado o nível Superior, segundo o IBGE, enquanto, entre os brancos, o número dobra: fica em 26,5%.
Essa quantidade massiva de números ajuda a transparecer os motivos pelos quais há poucos negros e pardos dentro das universidades – e, consequentemente, em funções técnicas que exigem maior formação intelectual, como o setor de tecnologia.
– É difícil se manter dentro de um lugar formal de educação, porque isso exige dinheiro. Apesar de ser um direito básico, na prática estudar é um privilégio no Brasil, já que a permanência e todo aporte financeiro necessários são restritos a uma parcela da população. Estudos indicam que negros chegam a receber R$ 1,2 mil a menos, na comparação com os brancos – comenta Sil Bahia, citando dado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua 2017, que apontou que o rendimento médio de todos os trabalhadores brancos era de R$ 2.814, enquanto o dos pardos era de R$ 1.606, e o dos negros, de R$ 1.570.
Distorção também de gênero
Quando à questão racial ainda soma-se o recorte de gênero, as diferenças aumentam exponencialmente. Uma das mais famosas escolas de engenharia e ciência do país, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) formou apenas sete mulheres negras entre mais de 30 mil profissionais ao longo de seus 121 anos de existência, conforme o levantamento do Grupo de Gênero da Escola Politécnica da USP (Poligen). Sil Bahia diz que falta às pessoas olhar ao seu redor e se perguntar: quantos negros trabalham comigo? Quantos estudam na minha classe? Quantas mulheres negras que eu conheço trabalham com tecnologia?
O mercado da tecnologia é muito machista, e tudo fica ainda pior quando incluímos a questão de raça. Há diversas micro-agressões nesses ambientes, o que mina a autoestima das mulheres, que são levadas a acreditar que não são capazes de exercer determinadas funções.
SIL BAHIA
Diretora do Olabi
– A resposta a essa última questão provavelmente não virá com a mesma rapidez se nos perguntamos quantos homens trabalham nessa área, porque não existe proporcionalidade e representatividade positiva das mulheres negras nesse setor – diz Sil. – O mercado da tecnologia é muito machista, e tudo fica ainda pior quando incluímos a questão de raça. Há diversas micro-agressões nesses ambientes, o que mina a autoestima das mulheres, que são levadas a acreditar que não são capazes de exercer determinadas funções.
Sem levar em consideração o recorte de raça, o estudo Athena Factor 2.0: Accelerating Female Talent in Science, Engineering & Technology, realizado pelo Center of Talent Innovation, analisou a presença feminina em Ciência, Tecnologia e Engenharia em quatro países: Brasil, China, EUA e Índia. A conclusão foi de que mulheres abandonam a indústria tecnológica com frequência porque são tratadas injustamente, recebem salários menores e têm menos chances de serem promovidas do que seus colegas homens. No Brasil, 29% das entrevistadas pelos pesquisadores responsáveis pelo estudo disseram se sentir estagnadas em seus trabalhos e 22% disseram estar na iminência de desistir da carreira, cogitando trocar de profissão em um período inferior a um ano.
"Maioria minorizada"
Devido às próprias vivências, o desenvolvedor da ThoughtWorks Brasil Lucas dos Santos aponta que o racismo é um dos grandes impeditivos na hora da contratação, visto que as pessoas negras têm indicativos sociais que acabam sendo jogados contra elas na análise dos perfis dos candidatos a algum emprego. Ele afirma que passou a sentir-se parte do lugar em que trabalhava somente no emprego atual, o quarto na área.
– Nós, negros, somos maioria, mas somos minorizados. Vivemos em um país racista e estamos lá atrás na corrida do privilégio porque nos falta dinheiro e estrutura familiar, além de carregarmos muito estereótipos. Às vezes, as pessoas acreditam que não tivemos uma boa formação e que somos menos capacitados apenas pela cor da nossa pele – relata o desenvolvedor de software.
A companhia em que ele trabalha desenvolveu o programa Enegrecer Recrutamento Expresso, que foi pensado ao longo de 2017 e colocado em prática no ano passado. Juliana Oliveira, recrutadora da empresa e uma das idealizadoras da iniciativa, conta que, em 2017, também foi realizada uma campanha pelas mulheres na tecnologia. Todas elas: o projeto visava à inclusão de transexuais, mulheres com deficiência, lésbicas e negras.
É necessário que haja busca ativa das empresas por esses indivíduos e que sejam criados programas que não perpetuem a contratação por indicação, porque, assim, o sistema permanecerá monocromático
DANIEL TEIXEIRA
Diretor de projetos do Ceert
Mesmo na ToughtWorks, no entanto, Juliana e seus colegas perceberam que a representatividade desse grupo era baixa, dada a quantidade de negros e mulheres que vivem no país. Ou seja, mesmo que a diversidade constitua um pilar de um empreendimento, não é fácil driblar dificuldades históricas para promover a diversificação do quadro de funcionários em uma empresa de tecnologia.
– Nós mudamos nossa linguagem de divulgação das oportunidades de emprego para gerar mais identificação com nosso público-alvo, e os funcionários negros da companhia realizaram entrevistas (em um processo de contratação em Salvador, na Bahia, em 2018). Fizemos isso para mostrar aos candidatos que eles não estariam sós na empresa, que encontrariam aqui seus pares. Isso é importante, porque ser negro e tecnologista é estar sempre muito sozinho. Demos um passo, sabendo que temos muito o que fazer e não vamos parar – afirma a recrutadora da ThoughtWorks.
O resultado dessa ação, que se tornou uma política permanente no empreendimento, fez com que o número de funcionários autodeclarados negros subisse de 13% para 18% após apenas um ano. Para Daniel Teixeira, diretor de projetos do Ceert, as empresas precisam ter um olhar intencional e procurar profissionais em outros lugares.
– Esse profissional que sempre se vê de fora das oportunidades precisa enxergar que ele é desejado nesses postos de trabalho. É necessário que haja busca ativa das empresas por esses indivíduos e que sejam criados programas que não perpetuem a contratação por indicação, porque, assim, o sistema permanecerá monocromático. A gente precisa romper o ciclo vicioso – prega Teixeira. – As maratonas hacker são uma boa oportunidade para caçar novos e diversos talentos – prossegue, citando as chamadas hacktons como uma oportunidade de recrutar talentos.
A recrutadora da ThoughtWorks lembra ainda que, além da contratação, é preciso ficar atento para a jornada do funcionário dentro da empresa, após a sua contratação:
– Não adianta contratar negros e o espaço de trabalho ser hostil a eles. As pessoas precisam se sentir acolhidas para serem produtivas dentro de uma empresa. Por isso, é importante trabalhar com os líderes, os gestores e os demais funcionários as problemáticas raciais. Isso vale para todas as empresas. E é importante lembrar que praticar a pluralidade não é fazer caridade. A diversidade étnica traz maior probabilidade lucro – diz Juliana, fazendo menção a um dado divulgado ano passado após levantamento realizado pela consultoria empresarial norte-americana McKinsey & Company apontar que quem apostava na pluralidade tinha 33% de chance de superar suas concorrentes em lucratividade.
AfroPython: um alento em Porto Alegre
De um grupo de cinco amigos que queriam aumentar a representatividade de negros na área de tecnologia da informação surgiu a ideia criar o AfroPython. A iniciativa gratuita, em Porto Alegre, é voltada para indivíduos interessados em aprender a programar. O primeiro encontro, realizado em novembro de 2017, reuniu 60 pessoas aproximadamente. A segunda edição, em maio de 2018, contou com mais de cem. De frente para os diversos computadores, estavam dezenas de alunos com os olhos grudados nas telas dos notebooks e com ouvidos atentos ao que era falado pelos instrutores e que deveria ser reproduzido na sequência. Linhas de códigos foram escritas e sites foram colocados no ar nessas experiências.
Para a realização das oficinas, o coletivo firmou parcerias com empresas que se mostram efetivamente preocupadas com a diversidade em seus respectivos quadros de funcionários. Apesar de o propósito do grupo ser levar a tecnologia às pessoas, nem todos os encontros são direcionados ao ensino de programação em si. Outros destinam-se também ao compartilhamento de vivências e ao fortalecimento emocional daqueles que já estão no mercado de trabalho.
Ingrid Muriellen, 23 anos, estudante do quarto semestre do curso de Ciências da Computação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS), é treinadora voluntária do projeto. Ela conta que, quando fez o curso técnico em informática – ainda na adolescência –, entrou em contato com projetos voltados à inclusão de mulheres na tecnologia. O AfroPython, nesse contexto, a fortalece, diz:
– É repetitivo, mas, infelizmente, a solidão é uma sensação frequente para nós que trabalhamos nessa área. Ter referência de outros profissionais negros na tecnologia é mostrar que somos capazes de ocupar esses espaços. Nosso propósito é fazer com que mais pessoas façam parte desse universo, produzam conhecimento e escrevam artigos em português sobre essas temáticas para tornar esses saberes mais acessíveis, já que a maioria da bibliografia do segmento é em inglês e a população negra não consegue arcar com os custos de um curso de inglês, por exemplo. É importante termos oportunidades e voz nessa e em outras áreas que são majoritariamente brancas.