O cerco se fecha novamente em torno da moeda digital do Facebook, a libra. Desta vez, ela está na mira de autoridades antitruste da Europa. Com receio de que a criptomoeda possa colocar os concorrentes em situação de desvantagem, a Comissão Europeia enviou aos envolvidos no projeto questionários com o objetivo de colher informações sobre a iniciativa. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Pelo órgão, é avaliado o "potencial comportamento anticompetitivo", em razão de temores de "possíveis restrições à competição" relacionadas ao uso de dados sobre consumidores. Outras autoridades também estão de olho nos movimentos deste projeto liderado pelo Facebook. O Conselho Internacional de Estabilidade Financeira e a Autoridade de Conduta Financeira, do Reino Unido, o Banco da Inglaterra e a cúpula do G7 (grupo dos países ricos) afirmaram que não permitirão que a mais famosa e popular rede social do mundo lance a moeda digital planejada sem que haja uma análise minuciosa sobre o tema.
A companhia já enfrenta uma investigação antitruste formal liderada pela Comissão Federal do Comércio (FTC, na sigla em inglês), dos Estados Unidos.
Entidades de proteção de dados dos EUA, União Europeia, Reino Unido, Austrália e Canadá também expressaram preocupações sobre os "riscos de privacidade" dos planos do Facebook, conforme a Folha de S.Paulo.
A empresa atraiu críticas das autoridades regulatórias e fiscais desde que anunciou seus planos para o lançamento de uma moeda digital em parceria com 27 outras empresas, como Visa, Mastercard, Uber e Spotify. Cada um dos parceiros se comprometeu a investir US$ 10 milhões no projeto. A rede social também planeja integrar seu serviço de pagamento online baseado na libra, chamado Calibra, a serviços do Facebook como o WhatsApp e Messenger.
Até a publicação desta reportagem, o Facebook não havia se manifestado sobre estes questionamentos da Comissão Europeia.