De olho no mercado financeiro e em busca de novas maneiras de aumentar sua já bilionária renda, o Facebook trabalha para lançar, no início de 2020, sua criptomoeda, a libra. Analistas afirmam que a entrada desta novidade no mercado pode transformar o negócio da rede social que tem mais de 2,3 bilhões de usuários ativos no mundo. As informações são do jornal Folha de São Paulo.
Antes mesmo de entrar em operação, os planos da companhia para a criptomoeda estão sob ataque de autoridades regulatórias norte-americanas e europeias, que não gostam da ideia de uma incursão do Facebook em mais um aspecto da vida pessoal dos usuários depois de inúmeros escândalos de vazamentos de dados privados.
O CEO da plataforma, Mark Zuckerberg, afirma que a maior parte da receita da empresa vem da publicidade, porém, ele está de olho em um mercado ainda pouco explorado e delicado no que tange a privacidade: o das mensagens privadas. Atualmente, mais de 1,5 bilhão de pessoas utilizam os serviços de Messenger e de WhatsApp, mas a rede social afirma não faturar muito com eles.
Na semana passada, quando foi revelado o plano de lançamento da libra, a companhia anunciou que incluiria novos serviços digitais de pagamento nesses aplicativos, para que os usuários pudessem usar a criptomoeda para enviar dinheiro a amigos e empresas em todo o mundo. Com a implantação da novidade, o WhatsApp e o Messenger se tornariam novos polos de pagamentos e comércio que receberiam comissões sobre as transações intermediadas por eles, disse Mark May, analista do Citigroup – uma das maiores empresas de serviço financeiro do mundo – em nota no artigo chamado "O Caminho do Facebook para Imprimir Ainda Mais Dinheiro".
Até o momento, o Facebook e sua nova subsidiária Calibra, que está criando os sistemas digitais de pagamentos, descrevem sua criptomoeda como forma de pessoas enviarem dinheiro a amigos em outros países. David Marcus, que comanda o projeto libra no Facebook, disse ao portal estadunidense de notícias econômicas Bloomberg News que a empresa não planeja cobrar comissão quando os usuários enviam dinheiro a amigos e que, provavelmente, cobrará "taxas muito modestas por transação" no caso de pagamentos a empresas.
Além de lucro abocanhado no e-commerce, O Facebook se tornaria ainda mais atraente para os anunciantes, já que se as pessoas dispuserem de libras em suas contas, quando estiverem lendo o feed de notícias, terão o processo de compra de um produto facilitado no momento em que clicam em um anúncio.