Foi preso nesta quinta-feira (5) o policial militar apontado como o responsável por jogar um entregador de uma ponte na zona sul de São Paulo, no último domingo (1°).
Luan Felipe Alves teve a prisão decretada pela Justiça Militar após a Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo entrar com o pedido na quarta-feira (4).
Com a decretação da prisão, ele será encaminhado para o Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital paulista, após realização de exames no IML.
Os crimes inicialmente imputados ao soldado são lesão corporal e violência arbitrária, todos previstos no Código Penal Militar.
A reportagem do g1 tenta o contato com a defesa do policial.
Pedido de prisão
De acordo com o g1, o pedido de prisão de Luan tem seis páginas e foi assinado pelo capitão Manoel Flavio de Carvalho Barros, encarregado do Inquérito Policial Militar (IPM). No documento, o oficial narra o início da ocorrência, com a perseguição a motociclistas. Em seguida, destaca cinco fotos feitas a partir de câmeras de segurança, que mostram a parte final da ação, quando o homem é jogado do alto da ponte.
O encarregado do inquérito, então, diz que, ao ser questionado sobre a cena, o soldado se reconhece e diz que “a projeção seria realizada ao solo”, ou seja, que o objetivo era jogar o homem no chão.
No parágrafo seguinte, o responsável pelo inquérito se dirige diretamente ao juiz:
“Excelência, não há como acolher as declarações apresentadas pelo investigado, pois as imagens largamente difundidas e materializadas no presente feito demonstram conduta errante e inaceitável a quem deveria proteger a integridade de outrem e fazer cumprir a lei”.
O encarregado do inquérito termina dizendo que a prisão é a única forma de retomar a hierarquia e a disciplina e manter a ordem pública e social.
O caso
Na madrugada da última segunda-feira (2), um homem foi arremessado de uma ponte por um policial militar na Vila Clara, zona sul de São Paulo. O ato foi capturado em vídeo. Apesar da queda, o homem sobreviveu e foi socorrido por pessoas em situação de rua.
Na terça-feira (3), a corporação instaurou um inquérito policial militar e afastou 13 policiais envolvidos na ocorrência — as identidades dos envolvidos não foram reveladas. Os agentes são do 24º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Diadema, Região Metropolitana.
Segundo a corporação, os PMs fizeram o registro no sistema operacional da polícia de uma perseguição por cerca de dois quilômetros a uma moto com dois homens considerados suspeitos, mas sem mencionar qualquer arremesso de viaduto. O caso só veio à tona após a divulgação das imagens da ocorrência.
Histórico
Luan Felipe Alves já possui um indiciamento por homicídio, após um homem morrer com 12 tiros, em Diadema, no ano passado.
Conforme uma apuração da TV Globo, o caso foi em janeiro deste ano depois que o Ministério Público se mostrou favorável ao arquivamento alegando que houve legítima defesa do policial durante troca de tiros.