Mais de um ano após o ataque a tiros que matou um cadeirante na zona norte de Porto Alegre, a investigação permanece em aberto. A polícia enfrenta dificuldades para conseguir depoimentos, embora cerca de cem pessoas tenham testemunhado o crime.
O assassinato supostamente teve relação com o tráfico de drogas e, por isso, ninguém quer falar.
Em 17 de agosto de 2023, Carlos José Canabarro da Silva, o Zezé, 35 anos, acompanhava um jogo de futebol no bairro Sarandi, na zona norte da Capital, quando foi executado a tiros.
A vítima recentemente havia montado um time de futebol. Naquela noite, a equipe de Zezé jogava em uma quadra na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia.
Assim como ele, cerca de cem pessoas também assistiam ao jogo. Entre elas, os assassinos de Carlos se escondiam, antes de se aproximarem dele e atirarem mais de 10 vezes.
Um dos jogadores chegou a ser alvejado no ataque, mas não correu risco de vida. Zezé morreu no local.
O caso é investigado pela Polícia Civil desde o primeiro dia, mas, até hoje, ninguém foi preso.
Principal suspeita
A principal hipótese da investigação é de que o crime tenha relação com disputas envolvendo o tráfico. Segundo o delegado Thiago Zaidan, responsável pela investigações, Carlos teria envolvimento com o crime organizado.
Mesmo tendo indícios da motivação, a autoria do crime ainda não foi revelada. O delegado destaca que uma das maiores dificuldades na investigação é a resistência da população em prestar depoimento.
— As testemunhas têm medo em falar formalmente — diz o delegado, que atribui o receio a intimidações de traficantes.
A tese de que o tráfico de drogas estaria por trás da execução é reforçada pelas circunstâncias do crime, conta o delegado Arthur Luiz Freitas, que trabalhou no início das investigações.
— A área onde ocorreu o crime é bem conflagrada, vive em constante conflito entre grupos diversos — afirma.
*Produção: Camila Mendes