Três homens foram condenados por envolvimento no assassinato de Rafael do Nascimento da Silva, 31 anos. O motorista de aplicativo foi encontrado morto em uma cova rasa na praia do Ipê, em Guaíba, na Região Metropolitana, em 19 de fevereiro de 2020. As sentenças foram proferidas pelo Judiciário na quinta-feira (26).
O mandante e o executor do assassinato foram condenados por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A dupla também foi sentenciada por corrupção de menores, uma vez que um adolescente foi envolvido na execução.
O chefe do esquema recebeu pena de 22 anos e sete meses de prisão, enquanto o autor do assassinato deverá cumprir 21 anos e três meses de reclusão. Ambas as sentenças são para cumprimento inicial em regime fechado.
Um terceiro também foi condenado por envolvimento no crime. Ele recebeu pena de cinco anos e um mês de prisão pelo sequestro da vítima, ocultação de cadáver e corrupção de menores. Apesar de também ter sido acusado por homicídio, os jurados acolheram uma tese da defesa, que alegava participação distinta – o homem estaria envolvido apenas no sequestro e não no assassinato.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP), que ofereceu denúncia dos condenados, planeja recorrer para aumentar as penas. Segundo Rafael Riccardi, promotor do MP, a vítima tinha dívidas com um traficante e foi atraída para uma emboscada.
A acusação
Em 20 de março de 2020, o Ministério Público ofereceu denúncia sobre o caso à Justiça. Os três suspeitos foram acusados por homicídio qualificado por:
- Motivo torpe: pelas dívidas envolvendo o tráfico
- Recurso que dificultou a defesa: porque o motorista foi algemado e teve pés amarrados
- Dissimulação: pela vítima ter sido atraída para um falso pretexto
- Meio cruel: depois do sequestro, os criminosos tentaram decapitar o motorista ainda vivo, além de atearem fogo no corpo.
Relembre o caso
Rafael do Nascimento da Silva, 31 anos desapareceu em 6 de fevereiro de 2020, após avisar a família que faria uma corrida para Canoas, na Região Metropolitana. O homem morava em Guaíba e trabalhava como motorista de aplicativo.
No dia 8, seu Voyage branco foi encontrado incendiado na Estrada do Petim, área rural de Guaíba, a 10 quilômetros da casa onde morava com os pais de criação.
Em 19 de fevereiro daquele ano, um corpo foi encontrado em uma cova rasa na praia do Ipê, também em Guaíba. No mesmo dia, horas depois, familiares reconheceram o corpo. A identidade foi confirmada também pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) por meio das digitais da vítima.
Em abril de 2020, a Polícia Civil concluiu a investigação sobre o homicídio do motorista. O inquérito apontou que o líder do tráfico do bairro Ipê ordenou a execução porque a vítima estaria consumindo parte das drogas que transportava e porque prestava serviços a traficantes rivais. Quatro pessoas foram presas durante as investigações.