A Polícia Civil anunciou nesta segunda-feira (27) que concluiu a investigação sobre o homicídio do motorista de aplicativo Rafael do Nascimento da Silva, 31 anos, ocorrido há quase três meses em Guaíba. Na última sexta-feira, foi preso durante operação conjunta com a Brigada Militar o quarto envolvido no caso – outros três já haviam sido detidos durante a investigação. A delegada Karoline Calegari descobriu que um apenado ordenou a execução porque a vítima estaria consumindo parte das drogas que transportava e por prestar serviços a traficantes rivais.
Silva desapareceu dia 6 de após avisar a família que faria uma corrida para Canoas. Na verdade, Karoline apurou que ele foi atraído para uma emboscada pelo líder do tráfico do bairro Ipê e que está no sistema prisional.
O motorista teria recebido ordens para pegar um adolescente e mais dois homens. Depois disso, nunca mais foi localizado.
A polícia instaurou inquérito e encontrou o corpo no dia 19 de fevereiro, enterrado no mesmo bairro de Guaíba. Foi utilizada uma retroescavadeira para auxiliar as buscas.
Durante as investigações, os agentes da delegacia do município prenderam três suspeitos e responsabilizaram o apenado que deu as ordens para a execução. Houve, inclusive, a apreensão de um fuzil.
Na última sexta-feira, o quarto envolvido no homicídio foi preso no bairro Cohab, em Guaíba, na chamada operação Cartada Final. O suspeito, que tentou fugir da abordagem, tem antecedentes por tráfico, homicídio e roubos. Uma mulher que dava abrigo a ele foi presa por associação criminosa. O inquérito já foi encaminhado à Justiça e os nomes dos quatro indiciados não foram divulgados.
Execução
Karoline informou que o motorista, no dia em que desapareceu, foi acionado pelo presidiário para transportar drogas até Canoas. No caminho, pegou um adolescente e foi posteriormente abordado por dois homens, todos integrantes do grupo criminoso. Silva foi algemado e amarrado, sendo levado para um matagal às margens do Guaíba, no bairro Ipê. A vítima ficou no local durante 12 horas, sendo morta com um tiro — após tortura — no dia seguinte. O corpo foi colocado em uma cova na mesma região.
— Os suspeitos são perigosos e cometeram um crime brutal. O grupo também é apontado por extorsão de vítimas e expulsa moradores de suas residências para usar as casas como esconderijo ou pontos de venda de drogas. O apenado, líder da organização criminosa, está detido desde 2013, segue dando ordens para o tráfico e foi indiciado ano passado por ter comandado incêndio em um ônibus no bairro Ipê — explicou Karoline.