As quatro pessoas assassinadas na madrugada de domingo (22) em Arroio dos Ratos estavam rendidas pelos assassinos quando foram executadas com disparos de pistola e espingarda calibre 12. Segundo a investigação, ao entrarem na casa, os dois assassinos se apresentaram como policiais.
— Eles estavam ajoelhados quando foram vitimados. Esses indivíduos teriam chegado anunciando que seriam policiais e com isso desmotivaram qualquer reação. Eles renderam as vítimas, recolheram drogas e armas que poderiam ser negociadas e depois tiraram a vida deles — explicou o delegado Fabiano Berdichevski.
Conforme a Polícia Civil, o local do crime era residência de parte das vítimas, mas também era usado como ponto de tráfico de drogas, o que indica a principal hipótese de motivação para o crime. Entre os mortos estão pai e dois filhos: José Antônio da Silva, 56 anos, Maicon Júnior de Oliveira da Silva, 30, e Kauã Oliveira da Silva, 15. O parentesco da quarta vítima, identificada como Antônio Carlos Romeiro Lopes, 59, não foi informado.
Com exceção do adolescente, a polícia afirma que os mortos eram ligados a uma facção criminosa com origem na zona leste de Porto Alegre e tinham vínculos antigos com a criminalidade. Foi apurado também que outros parentes foram alvo de homicídio e tentativas de homicídio em outras oportunidades pelo mesmo motivo.
A casa onde aconteceu o crime fica em uma rua com chão batido e aspecto rural. Conforme o delegado, um ponto calmo durante o dia, mas movimentado à noite.
— Durante a madrugada, ele é bem movimentado por ser um ponto de venda de drogas, mas as pessoas que passam aqui pelo município durante o dia talvez nem notariam o que ali se dava, que poderia ocorrer um crime dessa tamanha criminalidade. É um município menor, relativamente tranquilo — destacou o delegado, sobre a cidade com 14,6 mil habitantes.
Na manhã desta segunda-feira (23), Zero Hora esteve em frente ao local. A casa com portas e janelas destruídas ainda estava com as fitas de isolamento. Na vizinhança, as casas estavam fechadas e sem pessoas circulando pela rua.
Ainda sem revelar detalhes para não atrapalhar a investigação, a polícia trabalha com algumas linhas principais, todas ligadas ao tráfico de drogas. Entre elas, a possibilidade de uma disputa com grupo rival da região ou até mesmo disputa interna na mesma facção. Desde o crime, o policiamento está reforçado pela Brigada Militar e Polícia Civil na região.