O homem apontado como um dos principais líderes da organização criminosa investigada por enviar toneladas de cocaína para a Europa a partir de portos do sul do país foi extraditado do Paraguai no domingo (25) pela Polícia Federal. Rodrigo Alvarenga Paredes estava preso desde março do ano passado, quando a PF deflagrou a Operação Hinterland.
Conforme a investigação, Paredes é dono de empresas e de fazendas no território paraguaio e seria responsável por mandar remessas de drogas para os comparsas e ajudar na lavagem de dinheiro. O grupo investigado é suspeito de ter enviado 17 toneladas de cocaína para a Europa em navios.
Paredes desembarcou no aeroporto de Caxias do Sul e foi levado para uma prisão não revelada pela PF. A expectativa é de que ele seja transferido para uma penitenciária federal. O extraditado tem mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça Federal.
A PF também quer a extradição de outro investigado, o albanês Armando Pacani, que foi preso em Dubai, nos Emirados Árabes, no final de julho. Em Dubai, ele constava como CEO de uma empresa de pré-moldados metálicos. As autoridades acreditam que ele usava a fachada de empresário enquanto conduzia a negociação de toneladas de drogas.
A Operação Hinterland foi deflagrada em 2023 com o cumprimento de 534 ordens judiciais, entre mandados de prisão preventiva executados nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Amazonas e Rondônia, bem como na cidade de Assunção, no Paraguai e em Dubai.
Também foram sequestrados 87 bens imóveis, 173 veículos, uma aeronave, bloqueios de contas bancárias vinculadas a 147 CPFs e CNPJs, 66 bloqueios de movimentação imobiliária de 66 pessoas físicas e jurídicas, totalizando a execução de 534 ordens judiciais.
Com as medidas adotadas, a descapitalização da organização foi estimada em R$ 3,8 bilhões.
Contraponto:
"A defesa de Rodrigo Paredes, a cargo do Escritório Aury Lopes Jr Advogados, esclarece que Rodrigo é um empresário paraguaio, que sempre esteve à disposição da Justiça, e que lamenta a desnecessária extradição. A defesa esclarece que está recorrendo da decisão de extradição e também da que decretou a prisão preventiva, aguardando uma manifestação dos tribunais superiores que deverá ocorrer ao longo da semana. Rodrigo não possui qualquer relação com os fatos e irá comprovar isso ao longo da instrução, sendo completamente desnecessária sua prisão e a própria extradição."