A Justiça negou novo pedido de liberdade para o humorista e influenciador Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di. A decisão, proferida na noite de quinta-feira (1º), é do desembargador Honório Gonçalves da Silva Neto, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado.
Com isso, o influenciador deve permanecer preso na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan). Segundo a Justiça, ele busca novamente a concessão da liberdade ou a substituição da prisão por medidas cautelares alternativas. A defesa alega falta de fundamentação da decisão que não concedeu a liberdade provisória e ausência dos requisitos necessários à segregação.
Na última sexta-feira (26), a juíza da 2ª Vara Criminal da Comarca de Canoas, Patrícia Tonet, também negou pedido de revogação da prisão preventiva de Nego Di. A magistrada alegou que a defesa não apresentou novos argumentos capazes de afastar os fundamentos considerados pelo juízo no decreto prisional.
No dia 16 de julho, outro pedido liminar de habeas corpus impetrado pela defesa do influenciador já havia sido negado em decisão liminar.
Nego Di foi preso em Santa Catarina pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul no dia 14 de julho. A prisão se refere a uma investigação aberta há dois anos, segundo a qual o humorista é suspeito de ter vendido produtos de sua loja online, a Tá di Zuera, que nunca foram entregues.
Em 2022, o humorista prestou depoimento à polícia e alegou ter sido vítima de estelionato praticado pelo então sócio, Anderson Bonetti, que, na versão dele, seria o verdadeiro proprietário da loja. Nego Di alegou ter sido contratado para fazer propaganda para a loja.
No entendimento da Polícia Civil, o humorista tinha conhecimento dos casos de estelionato. A investigação perdurou por cerca de um ano e analisou o conteúdo de 73 vídeos e 370 ocorrências policiais por suspeita de estelionato. Em razão disso, em agosto de 2023, Nego Di foi indiciado junto com Boneti. Ao encaminhar o inquérito à Justiça, a polícia também pediu as prisões dos dois indiciados.
Sócio também foi preso
Sócio de Nego Di na Tá Di Zuera, Anderson Boneti foi preso em Bombinhas, em Santa Catarina, no dia 22 de julho. Ele estava escondido em um hotel na cidade do litoral catarinense. Segundo a Polícia Civil, ele estava sozinho e usava carro alugado para não chamar atenção. No entanto, usava seu nome verdadeiro. Ele foi encaminhado ao Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp).
O que diz a defesa
A defesa de Dilson Alves da Silva Neto divulgou a seguinte nota sobre a decisão:
Referente ao pedido de habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS), nesta quinta-feira (01), a defesa de Dilson Alves da Silva Neto constata, mais uma vez, que os fundamentos trazidos pelo acusado não são considerados. Causa surpresa, ainda, que nem mesmo os fatos que já foram esclarecidos por Nego Di em interrogatório são analisados. Mesmos fatos que seguem sendo utilizados como se verdade fossem, enquanto há documentos juntados ao processo, que provam o contrário.
A defesa segue trabalhando e acreditando na justiça, com total confiança na inocência de Dilson e no real esclarecimento dos fatos que envolvem as acusações.
Tatiana Borsa - OAB/RS 47.419
Camila Kersch - OAB/RS 70.616