O Ministério Público (MP) denunciou na quarta-feira (24), o médico obstetra que esqueceu uma gaze dentro do corpo de uma mulher durante o parto no Hospital São Francisco de Assis (HSFA), em Parobé, no Vale do Paranhana. Mariane Rosa da Silva Aita, 39 anos, morreu dois meses após dar à luz, em agosto de 2023. A Polícia Civil havia indiciado o profissional em novembro do ano passado.
O médico que não teve o nome divulgado foi denunciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. De acordo com o MP, o obstetra teve "comportamento extremamente reprovável, incompatível com o propósito da medicina e danoso à coletividade”. A causa da morte foi sepse abdominal, causada por infecção, e insuficiência renal aguda.
A cesariana foi realizada em 12 de junho de 2023. Mariane foi liberada do hospital três dias depois, no entanto, continuou sentindo dores. Ela procurou uma unidade de saúde em Três Coroas, município em que residia na época. No local, ela foi atendida, medicada e liberada. Como as dores persistiram, ela foi levada até uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Novo Hamburgo. Exames de imagem apontaram que havia gaze dentro do corpo de Mariane. Ela foi encaminhada ao hospital e passou por duas cirurgias. O óbito foi confirmado no dia 23 de agosto.
Além da denúncia de homicídio culposo, o MP pediu a suspensão do exercício da atividade cirúrgica do médico e a condenação por falsidade ideológica. De acordo com a acusação, o obstetra omitiu no prontuário da paciente, em nova cirurgia, a localização e a retirada da gaze do corpo de Mariane.