O apoio de colegas de outros Estados está dando aos policiais militares gaúchos a possibilidade de retomar o trabalho de policiamento preventivo, um mês depois de a enchente afetar 473 municípios do Rio Grande do Sul e mobilizar os efetivos para resgates.
Além de reforçar a atuação em áreas alagadas e de risco, PMs de fora também participam dos cuidados de rotina nas ruas, especialmente, na Capital e Região Metropolitana.
Já tem sido comum flagrar nas ruas e restaurantes homens armados com fardas e sotaques diversos. Está no Estado neste momento um efetivo de 440 pessoas, formado por policiais de Santa Catarina, do Paraná, do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Minas Gerais, do Espírito Santo, do Ceará, do Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal.
Também passou pelo RS o apoio de PMs do Mato Grosso e de Goiás, chegando a um total de 609 pessoas. Além de integrantes das polícias militares, há o grupo da Força Nacional de Segurança.
O foco imediato do trabalho de todos foi atuar nos resgates nas áreas atingidas e, em paralelo, reforçar a segurança nestes mesmo locais em função de saques em comércios e furtos em residências evacuadas às pressas.
— Estamos começando a normalizar. Sai o foco do policiamento de repressão nas áreas de risco e volta o preventivo do dia a dia — destacou o comandante-geral da Brigada Militar, coronel Cláudio Feoli.
Ajudam a robustecer esse efetivo de emergência os cerca de 400 policiais militares da reserva que atenderam ao chamado do governo para trabalhar fazendo a segurança em abrigos. Só na Capital são mais de 130 desses pontos instalados para receber pessoas que tiveram que sair de casa por causa da cheia. Foram abertas 1 mil vagas para PMs da reserva, mas 600 não foram ocupadas até o momento.
A Academia de Polícia Militar, no bairro Partenon, é uma espécie de QG para esses "estrangeiros". O grupo de São Paulo está todo alojado na academia, que é de onde partem para ações. Na manhã desta sexta-feira (31), GZH acompanhou a saída de um dos comboios organizados para patrulhar ruas da Zona Norte e de Canoas. A Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) é a que enviou o maior número de policiais, com cerca de 200 PMs, e também destinou uma doação de seis toneladas de alimentos para colegas gaúchos que foram atingidos pela enchente.
Comandante do 13º Batalhão de Ações Especiais de Polícia com sede em Bauru, interior de São Paulo, o tenente-coronel Fábio Domingues Pereira, atua no RS como comandante do Batalhão Humanitário, unidade criada para reunir todas especialidades que a PM de São Paulo enviaria ao Estado:
— Chegamos na terça-feira (28) e estamos nesse momento de transição, pois primeiro foi necessário o apoio pluvial. Ontem, foi a primeira vez que usamos quatro rodas e trabalhamos fazendo o reconhecimento de áreas estratégicas para colocar o efetivo no terreno.
O oficial também destacou o significado do trabalho, que é feito sempre em parceria com equipes locais.
— É uma experiência humanitária de agregar valor a todos nós no fortalecimento da vida, da dignidade e do respeito.
Nesta sexta-feira, uma patrulha de SP prendeu três homens por tráfico de drogas.
Além da academia, também são pontos de alojamento para os efetivos de fora o Comando Rodoviário, a antiga sede da CEEE e universidades.