Um grupo que praticava agiotagem e extorsão em Alvorada, na Região Metropolitana, foi alvo da Operação Onzenário, deflagrada pela Polícia Civil nesta sexta-feira (5). Os agentes cumpriram três mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão domiciliar, além de outra medida cautelar diversa, em Porto Alegre e Cachoeirinha.
As investigações que embasam a ação foram conduzidas pela 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil. Conforme os agentes, a operação tem como objetivo a apuração da autoria, materialidade e circunstâncias de condutas de extorsão, decorrente de dívidas contraídas por empréstimos de dinheiro via agiotagem.
A Polícia Civil começou a investigar o caso em outubro do ano passado, após receber denúncia de que pelo menos quatro pessoas estavam sendo vítimas de extorsão depois de uma delas contrair dívida com agiotas. Após não conseguir quitar o valor, a vítima que pegou o empréstimo, e também seus familiares, começaram a sofrer ameaças. O valor cobrado era de cerca de R$ 72,5 mil, e seria incompatível com o que fora emprestado.
— Após o empréstimo, a dívida cresceu de forma exorbitante, justamente em razão de juros excessivos que foram impostos pelos agiotas, e a vítima não conseguiu quitar o valor, então passou a ser ameaçada, assim como seus familiares, principalmente seus pais — afirma o delegado João Paulo de Abreu, da 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos do Deic.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, os contatos de extorsão ocorriam por ligações telefônicas e mensagens de áudio e vídeo, evidenciando que os criminosos possuíam conhecimento sobre os locais de moradias e as rotinas das vítimas. Os investigados também criaram perfis falsos nas redes sociais para reforçar as extorsões e ameaças.
Além disso, o salão de beleza da mulher que pegou o empréstimo chegou a ser invadido pelos criminosos, que roubaram objetos do local. Em razão das ameaças contínuas, duas das vítimas sentiram a necessidade de deixar seus locais de moradia e, com apoio da Polícia Civil, foram abrigadas na casa de parentes.
A polícia destaca ainda que um dos alvos da operação, foi preso na terça-feira fazendo escolta armada de um homem apontado como líder de uma organização criminosa em uma clínica estética. Por isso, os agentes não descartam a possibilidade de vinculação de facções nas atividades de extorsão e agiotagem do grupo. Mesmo com o cumprimento dos mandados, a 1ª Delegacia de Polícia de Repressão a Roubos segue com as investigações do caso.
— Extorsão e agiotagem são meios comuns para facções aumentarem seus recursos — acrescenta o delegado.