A Justiça concedeu prisão domiciliar para Francisco Carlos Rosa Guedes, 65 anos, acusado de matar uma mulher espancada durante um ritual e apontado como líder de um centro religioso. O crime aconteceu em 10 de fevereiro, dentro de um cemitério no município de Formigueiro, na Região Central.
Além dele, a Polícia Civil indiciou outras três pessoas: os irmãos Nayana Rodrigues Brum, 33, e Larry Chaves Brum, 23, e o pai deles, Jubal dos Santos Brum, 67. Em março, o Ministério Público denunciou os quatro por homicídio qualificado.
Segundo a defesa, Francisco tem uma debilitada condição de saúde, tendo diagnosticadas oito doenças crônicas. Conforme o advogado Ariel Cardoso, a busca agora é para comprovar a inocência de Francisco no processo.
De acordo com a juíza da 1ª Vara Judicial da Comarca de São Sepé, Lidiane Machado de Oliveira, desde a prisão preventiva, a defesa de Francisco solicitou a domiciliar, o que não foi aceito.
Em 20 de março ele precisou ser internado, por suas condições de saúde. Francisco foi diagnosticado com pneumonia, que acabou agravada por conta de problemas pulmonares que já possuía.
O idoso recebeu alta na última terça-feira (2). Ele ainda recebeu um atestado médico de repouso por mais 20 dias para a plena recuperação. Em resposta, o Presídio Estadual de São Sepé emitiu um ofício dizendo que não teria condições de manter o acusado com os cuidados que ele demandava.
No mesmo dia, o regime de prisão de Francisco foi substituído do regime fechado para a prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. Os outros três acusados seguem presos preventivamente – em regime fechado – por conta do crime.
O ritual
Segundo a Polícia Civil, Zilda teria sido espancada, com socos, tapas e varas verdes. Depois, foi agredida na cabeça e amarrada em uma cruz no cemitério. O marido e o filho da vítima relataram à polícia que a mulher acreditava que era atormentada por um espírito e que teria buscado o local para se submeter ao ritual para se libertar disso.
A vítima era moradora de Restinga Seca, município a cerca de 30 quilômetros de Formigueiro. A família viajou até a cidade para que Zilda participasse da sessão. Os quatro presos, segundo a polícia, teriam participado do ritual e das agressões.