O homem que jogou o próprio filho, um bebê à época com 11 meses, pela janela do carro e em seguida atropelou a ex-mulher em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, virou réu por tentativa de homicídio e tentativa de feminicídio. A Justiça aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público na segunda-feira (1º).
O acusado não teve o nome divulgado, pois o caso tramita em segredo de Justiça. O homem teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.
O caso aconteceu na noite de 22 de fevereiro. A criança teve alta hospitalar no dia seguinte. A mãe do bebê, uma mulher de 25 anos, teve um quadro mais grave e precisou ficar internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Ela deixou a instituição de saúde no dia 14 de março.
Segundo o MP, o homem responde por tentativa de homicídio com as seguintes qualificadoras: motivo torpe, meio cruel, contra menor de 14 anos de idade e contra descendente.
Ele também responde por tentativa de feminicídio contra a ex-mulher que, além da questão de gênero, tem as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Separação e histórico de violência doméstica
Conforme o delegado Lucas Britto, responsável pela investigação, o réu e a mulher tiveram um relacionamento por nove anos e estavam separados desde o início de 2023. Eles têm três filhos juntos: um de oito anos, um de três anos e o caçula, que completou um ano em março.
A Polícia Civil afirma que o homem já tinha histórico de violência doméstica contra a ex-companheira. Foram pelo menos três registros. Ele chegou a ser preso no ano passado, mas não havia medida protetiva contra o suspeito em vigor.
— Ele não parou de ameaçar ela. Disse que se ela arrumasse um novo companheiro ia matar ela e o novo companheiro — pontuou o delegado.
O caso
O caso aconteceu durante uma discussão entre o homem, 40 anos, e a ex-esposa dele, mãe da criança. O bebê foi entregue a uma tia, irmã da mãe. O pedreiro Sérgio Melo, uma das testemunhas do caso, contou à RBS TV que levou o menino até a UPA em seu próprio carro.
— Socorremos primeiro a criança. Ele estava muito machucado, nem queria mexer, para não ter mais problema. (Levamos) no meu carro mesmo, porque ia demorar muito a ambulância — disse.