A corregedoria da Polícia Civil está investigando a morte do adolescente João Vitor Macedo, 15 anos, junto com a 5ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa. O rapaz foi encontrado ferido na última quinta-feira (28), no bairro Agronomia, e morreu em atendimento no Hospital de Pronto Socorro.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta terça-feira (2), o chefe de Polícia, delegado Fernando Sodré, declarou há indícios de envolvimento de policiais civis na morte do menino.
— É muito concreta a chance de que haja policiais nesta ocorrência. A gente tem que apurar agora como é que a coisa se deu. A gente já ouviu alegação da família e acreditamos nela. Tanto acreditamos que botamos a corregedoria para apurar — afirmou Sodré.
Evitando detalhes para não atrapalhar o andamento da investigação, o delegado confirmou a informação apurada por GZH de que a viatura envolvida é do Departamento de Polícia Metropolitana.
— Se houver policial civil envolvido ele vai se explicar, ou vai se defender ou vai ser responsabilizado de acordo com a situação que for apresentado em caso concreto — disse Sodré.
A respeito da abordagem, Sodré enfatizou que se fosse o caso de suspeita de alguma prática do adolescente, o procedimento seria a captura dele.
— Os trabalhos estão sendo feitos com o maior rigor, queremos tranquilizar a família e a comunidade sobre isso — afirmou.
O principal elemento da investigação até o momento são as imagens de uma câmera de segurança do Beco dos Marianos, que flagrou João Vitor e outro menino correndo da Avenida Bento Gonçalves para dentro do bairro, seguidos por uma viatura com o giroflex ligado.
Na sequência, a imagem mostra apenas o outro menino correndo no sentido oposto e a viatura com giroflex desligado. A câmera não flagra o momento em que o adolescente é atingido pelos disparos.
Por conta da morte, um grupo de moradores da região bloqueou a Avenida Bento Gonçalves nesta manhã com pedidos de justiça.
A mãe do jovem, Juliana Macedo, disse que viu as imagens e ouviu relato do outro adolescente que sobreviveu.
— Meu sobrinho desceu correndo e encontrou o João no chão e ele disse “foi a civil, foi a civil” — descreveu a mãe.
Sobre o adolescente sobrevivente, ela disse que ele prestou depoimento na polícia.
— O outro menino afirma que viu, que sabe, que tem 100% de certeza que foram os colegas (polícias) que mataram meu filho — concluiu.
Conforme a mãe, João Victor já havia cumprido medida socioeducativa, o que fez com que ele fugisse da abordagem da viatura. A investigação deve ser concluída ao longo desta semana.