Um homem foi condenado nesta terça-feira (2) pelo Tribunal do Júri de Florianópolis (SC) a 18 anos de prisão, em regime fechado, pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e de roubo qualificado ao advogado gaúcho Carlos Eduardo Martins Lima, 31 anos. O réu confessou ter participado da morte da vítima, ocorrida em março de 2022 no norte da capital catarinense.
Outros dois acusados foram absolvidos na mesma sessão. Na próxima terça-feira (9), uma mulher, acusada de ser a mandante do crime, e mais dois homens, serão julgados pelo mesmo caso. Conforme aponta a investigação do Ministério Público de Santa Catarina, Janaína Ribeiro, companheira da vítima à época, teria sido a autora intelectual do assassinato.
Conforme o TJ do Estado vizinho, a sessão do Júri nesta terça durou cerca de 14 horas, com os três réus prestando depoimentos. O magistrado que presidiu a sessão negou ao homem condenado o direito de recorrer em liberdade – ele já aguardava o julgamento em uma unidade do sistema prisional.
Segundo a denúncia do Ministério Público, cinco homens e uma mulher, Janaína, tramaram para matar o advogado em uma residência no bairro Rio Vermelho. A investigação do MP indicou que o crime foi supostamente cometido em vingança por violência doméstica sofrida pela mulher acusada de ser a mandante do homicídio, e que ela teria oferecido R$ 50 mil para cada envolvido no assassinato.
Relembre o caso
O corpo de Carlos Eduardo Martins Lima, conhecido como Cadú, 31 anos, de Gravataí, foi localizado na manhã de 2 de março de 2022, no bairro Rio Vermelho, no norte da Ilha de Santa Catarina, por pessoas que passavam pelo local e acionaram o 21° Batalhão de Polícia Militar. Ele apresentava perfurações por objeto cortante na região da barriga e no pescoço.
A Polícia Civil afirmou, à época, que a vítima foi atraída até a casa de um fornecedor de drogas no bairro Rio Vermelho para comprar entorpecentes. No local, o homem foi violentamente torturado e morto, e seu corpo foi colocado em seu carro.
Após o crime, os suspeitos teriam retornado ao apartamento onde estaria a companheira da vítima, que os teria recepcionado. Depois de conversarem com a mulher, teriam tomado banho para se limpar do sangue e trocado suas roupas sujas por outras, também supostamente fornecidas por Janaína. Na sequência, saíram para dar um fim no carro da vítima, que foi abandonado em meio a uma plantação de pinus próximo à região da Barra da Lagoa, em Florianópolis.
Janaína Ribeiro, 44 anos, foi convocada a depor no dia 29 de março e, após a oitiva na Delegacia de Homicídios, foi dada voz de prisão. Até abril, todos os seis suspeitos pelo crime já estavam presos, e a primeira audiência da Justiça com todos os acusados ocorreu em 29 de agosto passado. De acordo com a promotoria, o crime teria sido planejado com o pretexto de vingança devido à suposta prática de violência doméstica que a mulher sofria do advogado.