Após quase 18 horas de julgamento, os três réus acusados de matar o jogador de futebol Wesley Sampaio, 19 anos, e a namorada Sara Moreira de Oliveira, 16, na Rua Dr. Carlos Barbosa, em Porto Alegre, em 2019 foram condenados. A sentença foi lida por volta das 3h desta quinta-feira (21).
Thiago Caetano Silva foi condenado a 83 anos e nove meses de prisão. Além dos homicídios, ele ainda respondia por outros crimes, como o roubo do veículo usado no dia do assassinato do jogador.
Deivisson Murillo de Melo recebeu uma condenação de 52 anos e 11 meses, e Marcos Vinícius Rogoski da Costa 55 anos e 11 meses. Os jurados reconheceram os réus como culpados em todos os crimes denunciados, com admissão de qualificadoras, o que aumentou a pena. Cabe recurso da decisão, mas os réus vão permanecer presos.
Durante o júri, o advogado Miguel Silva, que representa Deivison afirmou que iria buscar adequar a pena do réu, que é confesso.
— Estamos cientes da gravidade dos fatos e trabalhando para que a pena seja a mais justa possível, nem além nem aquém do necessário — disse.
Já a Defensoria Pública, que representou os outros dois, afirmou que só se manifestaria no processo.
O caso
Conforme a investigação, Wesley, Sara e mais dois amigos estavam voltando de uma festa no bairro Cidade Baixa na carona de um veículo conduzido pelo alvo dos atiradores. O grupo era envolvido com a criminalidade e havia contratado o motorista para corrida particular.
Nas proximidades do Estádio Olímpico, o veículo foi interceptado pelos criminosos que atiraram diversas vezes. Wesley e Sara foram atingidos e não resistiram aos ferimentos. O motorista também foi baleado, mas sobreviveu. Os outros dois ocupantes conseguiram fugir sem ferimentos.
A acusação do Ministério Público é por homicídio qualificado — motivo torpe, perigo comum, emboscada e recurso que dificultou a defesa das vítimas. Sobre a motivação, foi apurado que os atiradores queriam se vingar do motorista do veículo, porque ele teria participado da morte de um comparsa.
Em depoimento na Justiça, Thiago confessou que havia roubado o carro usado no crime para ir em uma festa com os outros dois réus, mas negou envolvimento no homicídio.
Deivisson e Marcos confessaram que atiraram contra o veículo das vítimas por uma desavença com o motorista, ocorrida ainda dentro da festa, mas alegaram que não sabiam da presença de Wesley e Sara no veículo. Também apontaram que Thiago apenas conduziu o veículo e não atirou.