O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, vai a Mossoró neste domingo (18) para acompanhar as investigações e as buscas pelos dois detentos que fugiram do presídio federal de segurança máxima sediado no município do Rio Grande do Norte. A informação foi divulgada pelo Ministério da Justiça neste sábado (17). As informações são do g1.
A fuga dos presos, ocorrida na última quarta-feira (14), foi a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal. Os criminosos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33, este último também conhecido como "Tatu" ou "Deisinho".
As buscas pela dupla de fugitivos chegaram ao quarto dia neste sábado. Cerca de 300 agentes de segurança das forças estaduais e federais estão atuando na operação, que se concentra em um perímetro de 15 quilômetros em torno do presídio.
Segundo o Ministério da Justiça, na viagem até Mossoró, Lewandowski vai se reunir com responsáveis pelas equipes que trabalham na operação. O ministro será acompanhado do diretor-geral em exercício da Polícia Federal, Gustavo Souza. O secretário nacional de Políticas Penais, André Garcia, também deve estar presente.
Na última quinta (15), o ministro deu entrevista sobre o caso e disse que a recaptura dos criminosos é a prioridade da pasta da Justiça. Ele classificou a fuga como um "episódio fortuito" e afirmou que o ministério trabalha para apurar eventual omissão ou falha administrativa.
Lewandowski ainda anunciou uma série de medidas, entre elas a troca da direção da penitenciária, e defendeu a segurança do sistema federal:
— Os presídios federais são absolutamente seguros. Todos podem continuar confiando.
Também na quinta-feira, os nomes e fotos de Rogério Mendonça e Deibson Nascimento passaram a constar na lista vermelha da Interpol. O governo brasileiro pediu a inclusão dos foragidos na lista da organização para facilitar a cooperação entre as polícias de diferentes países, vislumbrando também a possibilidade de os criminosos tentarem deixar o território nacional.
Quem são os fugitivos de Mossoró
Rogério da Silva Mendonça, 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33, acumulam mais de 80 processos judiciais no Tribunal de Justiça do Acre, o Estado de onde foram transferidos para o Rio Grande do Norte, e totalizam 155 anos em sentenças condenatórias, conforme informações do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).
De acordo com o Ministério da Justiça, os fugitivos têm vínculos com o Comando Vermelho, uma facção associada a Fernandinho Beira-Mar, que também está detido na mesma unidade federal em Mossoró.
Em 27 de setembro do ano passado, a dupla foi encaminhada para o presídio federal de Mossoró após sua participação em uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco (AC). Essa insurgência culminou na morte de cinco detentos, sendo três deles decapitados.
Rogério da Silva Mendonça enfrenta mais de 50 processos, incluindo acusações de homicídio e roubo. Sua sentença totaliza 74 anos de prisão, considerando a soma das penas.
Deibson Cabral Nascimento é associado a mais de 30 processos, enfrentando acusações de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. Sua sentença totaliza 81 anos de prisão em condenações.
Antes de serem transferidos para o presídio de Mossoró, ambos os presos também estiveram na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, e no sistema prisional do Acre.
A penitenciária federal de Mossoró está passando por uma reforma, e a Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça (Senappen) suspeita que essas obras possam ter facilitado a fuga dos dois detentos.
Fugitivos invadiram casa
Na noite de sexta-feira (16), os dois criminosos invadiram uma casa e fizeram uma família refém na comunidade de Riacho Grande, que fica a cerca de três quilômetros da penitenciária.
O proprietário da casa estava no local com a sua esposa. Ele relatou às autoridades que os homens se identificaram como os fugitivos de Mossoró e simularam estar armados.