A Polícia Civil aguarda laudos de necropsia para identificar os calibres das balas que atingiram a estudante Sarah Silva Domingues, 28 anos, e o dono de um mercado, Valdir dos Santos Pereira, 53 anos, na noite do dia 23, na Ilha das Flores, bairro Arquipélago, em Porto Alegre. Estas informações, aliadas a outras que vêm sendo coletadas na investigação, podem levar aos autores dos assassinatos — dois homens, que passaram pelo local em uma moto. A polícia espera ter novidades sobre o caso em breve.
— Posso adiantar que nos próximos dias vamos ter coisas mais concretas a serem ditas — disse em entrevista ao Gaúcha Atualidade a chefe da Divisão de Comunicação Social da Polícia Civil do RS, delegada Eliana Parahyba Lopes, após destacar que detalhes não são divulgados de forma antecipada, para evitar prejuízo à investigação.
A delegada relatou que os agentes seguem tomando depoimentos, de vizinhos e testemunhas, além de analisar imagens de câmeras de vigilância para avançar na elucidação do caso:
— Toda morte é sempre muito triste, mas pelas circunstâncias do caso e por ceifar a vida de uma pessoa tão nova e com tantas qualidades que inspiram, causou, sem dúvida, comoção em todos nós, inclusive nós policiais. A Polícia Civil está tratando este caso da Sarah com absoluta prioridade.
Uma das hipóteses levantadas já logo após o crime é de que o homem morto no mesmo ataque que vitimou a estudante, Valdir Pereira, que era proprietário de um mercado na Ilha das Flores, fosse o alvo dos atiradores. A delegada Eliana Lopes confirma que Sarah não conhecia este homem:
— Hoje o que nós temos é que as mortes destas duas vítimas não têm qualquer relação entre si.
A investigação também confirmou que Sarah estava no local fazendo um trabalho da faculdade. Questionada sobre uma possível relação entre a pesquisa que ela desenvolvia, inclusive fotografando a região, e a morte, a chefe da Divisão de Comunicação Social da Polícia Civil disse que não há pistas neste sentido:
— Estava tirando fotos para o trabalho de conclusão que ia entregar dois dias após. Absolutamente não temos nenhum indício que comprove esta versão (de que a pesquisa pudesse ter relação com o assassinato).
A delegada Eliana instou a população a contribuir, mesmo que de forma anônima, com informações que possam levar à elucidação do caso. Isto pode ser feito pelo WhatsApp 984440606.
Sarah estava prestes a concluir o curso de arquitetura e tinha planos de casar após a formatura. Ela era conhecida por exercer liderança em movimentos estudantis e de proteção a mulheres em situação de vulnerabilidade.