O Grupo Hospitalar Conceição (GHC) abriu uma comissão para revisar o sistema de controle de jornada de trabalho. A medida ocorre após a operação da Polícia Federal, que investiga 10 médicos que são suspeitos de baterem o ponto e depois deixarem o hospital para atividades particulares. Todos estão afastados do trabalho no Hospital Conceição.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta sexta-feira (1º), o presidente do GHC, Gilberto Barichello, disse que o sistema de controle funciona, mas precisa ser aprimorado.
— Um dos elementos de controle da jornada de trabalho é o ponto e vamos rever todos os nossos sistemas, tanto físicos como tecnológicos e investir também em educação para aprimorar nossos controles. Porque volto a frisar, eles funcionam. Tem vários outros processos que estão sendo investigados — disse o presidente.
Conforme Barichello, cerca de 15 mil pessoas circulam diariamente pelo Hospital Conceição, por diversas portas de entrada com catracas e câmeras. Mas essa quantidade torna a operação complexa, ainda mais para a fiscalização dos médicos.
— Durante o seu turno, (os médicos) visitam leitos para olhar pacientes, trabalham no ambulatório atendendo para consultas, eles fazem cirurgias, fazem consultorias para outras especialidades. Portanto, um profissional circula por vários lugares dentro do hospital — concluiu.
Ao fim da sindicância, o Hospital Conceição diz que vai buscar reaver os valores pagos aos médicos.
Operação Hipócrates
As investigações iniciaram após denúncia anônima de que 10 médicos concursados do Hospital Conceição, na Capital, registrariam o início da jornada de trabalho e sairiam do hospital para outras atividades, principalmente, atendimento em clínicas particulares e outros hospitais. Ao final do horário de expediente, eles retornariam para fecharem o ponto, dando a entender que lá haviam permanecido durante todo o período.
O nome da Operação
“O Juramento de Hipócrates” é tradicionalmente realizado pelos médicos no momento da formatura, no qual juram praticar a medicina honestamente. A palavra se aproxima do termo Hipócrita, que é uma transcrição do vocábulo grego ypokritís. Os atores gregos usavam máscaras de acordo com o papel que representavam numa peça teatral, dando origem ao termo hipócrita, que designa alguém que oculta a realidade atrás de uma máscara de aparência.