Três pessoas envolvidas na ação que jogou uma picape carregada de maconha nas águas do Rio Uruguai viraram réus na Justiça de Santa Catarina. Conforme a polícia, o arremesso do veículo ocorreu para fugir de uma abordagem policial. Já na água, o motorista tentou fugir nadando, mas foi capturado e preso pelas equipes. Dentro da caminhonete, foram encontrados 776 quilos de maconha. O caso ocorreu no último dia 8, na cidade de Caxambu do Sul, próximo à divisa do Estado Catarinense com o Rio Grande do Sul.
O trio foi detido naquele mesmo dia e segue preso. A detenção foi convertida em preventiva. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados, mas trata-se de dois homens, de 23 e 33 anos, e uma mulher de 25 anos, todos naturais do Paraná.
Eles devem responder por tráfico de drogas, associação para o tráfico e receptação e adulteração do sinal de veículo automotor. A denúncia foi feita no dia 14, pelo Ministério Público de SC, e aceita pela Justiça logo depois.
A ação, que chamou atenção de policiais, ocorreu na noite daquela quarta-feira, quando as equipes tentaram abordar uma caminhonete Mitsubishi Triton, que trafegava no pequeno município de Caxambu do Sul em direção ao RS. No veículo, estava o motorista, que teria desobedecido a ordem de parada.
Em seguida, ele passou sobre a balsa que faz a travessia do Rio Uruguai e teria jogado, propositalmente, o veículo na água.
Na sequência, o motorista tentou fugir nadando, mas foi capturado. Um casal, que estaria em um carro de apoio, também foi detido na ação.
Quantidade fora do comum
A picape submersa foi retirada da água por um grupo de mergulhadores do Corpo de Bombeiros, com auxílio de uma máquina da prefeitura de Caxambu.
Com o veículo em terra, os policiais constataram que a caminhonete era roubada e havia sido clonada, rodando com placas de outra Triton com características semelhantes. Na vistoria, as equipes constataram que o registro do automóvel é do município de Corbélia, no Paraná.
No interior do veículo, os agentes localizaram 776 quilos de maconha, uma quantidade que é fora do comum para ações cotidianas das equipes, avalia o promotor Felipe Nery Alberti de Almeida, que atua na 2ª promotoria da Comarca de Chapecó e foi o responsável pela denúncia do trio à Justiça. Ele afirma que ainda será investigado se o grupo integrava ou trabalhava para algum grupo criminoso.
— A grande quantidade de droga que estava com os três leva a crer que podem ter ligação, de alguma forma, com uma organização criminosa, não há como não fazer esse raciocínio porque se trata de um carregamento grande. É um montante que foge da quantia apreendida no dia a dia, em batidas policiais. Em ações diárias, vemos uma quantidade substancialmente menor do que essa.
Segundo Almeida, o destino da carga era um município do RS. O trio havia saído do Uruguai com a droga. Ao menos um integrante do grupo já havia sido abordado com grande quantidade de droga em pelo menos uma outra oportunidade, segundo o MPSC.
Após serem capturados, o três envolvidos foram conduzidos à Delegacia de Polícia de Chapecó, a cerca de 30 quilômetros de Caxambu do Sul, e presos.
Conforme o delegado Adilson José Bressan, que conduziu o inquérito, os três envolvidos foram ouvidos no momento da prisão. Dois deles permaneceram em silêncio e um negou participação no caso. Segundo ele, a droga foi incinerada.