Um mês após o caso, a Polícia Civil pretende encaminhar ao Poder Judiciário nesta segunda-feira (18) a conclusão do inquérito que investiga o ataque a tiros sofrido pelo promotor de Justiça Jair João Franz, em Teutônia, no Vale do Taquari.
Segundo o delegado Juliano Stobbe, serão quatro indiciados por tentativa de homicídio e associação criminosa. Ele ainda avalia o indiciamento de outros dois apenas pelo segundo crime, mas o envolvimento destes não foi revelado.
Os quatro principais investigados estão presos preventivamente: a advogada Daiana Silva Toledo, José Izidoro Kovalski, Eliandro Maria Vedoy da Silva e Éder de Souza Lucas. O ataque aconteceu na noite de 17 de agosto e mobilizou equipes de segurança de diversas regiões do estado.
Segundo o que foi apurado pela investigação, a advogada e Kovalski teriam sido os mandantes do crime, em razão de desavenças entre Daiana e o promotor. Em 2018, Franz investigou suspeitas de fraude na prefeitura de Teutônia, na época em que a advogada era servidora no local. Depois disso, a mulher foi exonerada e passou a atuar na advocacia, onde novas divergências aconteceram durante audiências. Ela assume a inimizade, mas nega o crime.
Kovalski, que já estava preso, tem histórico de ameaças a autoridades e estaria se considerando perseguido por Franz. Conforme a investigação, Daiana e Kovalski contrataram os outros dois para executarem o crime.
O caso
Franz foi alvejado por disparos quando chegava em casa, na noite de 17 de agosto. Sem sair do carro, o promotor tentou se refugiar no pátio da residência, mas foi atingido por um tiro que atravessou o braço e se alojou no abdômen. Foram dados 15 tiros, segundo a perícia.
Após o ataque, Franz foi levado ao hospital de Estrela, cidade vizinha a Teutônia, onde passou a noite e recebeu alta na manhã seguinte.
Contrapontos
O que diz a defesa de Daiana Silva Toledo
O advogado Ezequiel Vetoretti afirmou no fim de agosto que Daiana tinha inimizade com o promotor, mas negou envolvimento dela com o crime. Na semana passada, Vetoretti informou que a defesa aguarda a conclusão do caso e não pretende se manifestar neste momento.
O que diz a defesa de José Izidoro Kovalski
O advogado Rodrigo Torres enviou manifestação sobre o caso:
"A presente defesa técnica de José Isidoro Kovalski primeiramente em relação aos fatos que vem sendo acusado não teve acesso ao relatório final investigativo e seu conteúdo aguardando sua conclusão e juntada no processo para fins de manifestação posterior, sendo que eventual indiciamento do presente investigado realizado pela autoridade policial ainda deve passar pelo crivo judicial recebendo ou não a denúncia ministerial que poderá ser ofertada. Novamente reafirma-se a inocência do investigado, bem como precários indícios de autoria delitiva voltados contra sua pessoa e se demonstrará cabalmente o ora afirmado buscando sua absolvição total através do devido processo legal proporcionado em juízo".
Os advogados de Éder de Souza Lucas e Eliandro Silva não foram encontrados pela reportagem. Eliandro permaneceu em silêncio durante o depoimento.