Em uma ação na manhã desta quarta-feira (23), a Polícia Civil prendeu em Porto Alegre dois suspeitos de integrar uma quadrilha investigada por roubos e furtos em casas de alto padrão na Zona Sul. Chama atenção no caso as formas usadas pelos ladrões para chegar até os alvos dos crimes. Segundo a investigação policial, eles faziam trilhas pelo Morro do Osso, na região de Ipanema, ou atravessavam partes mais rasas do Guaíba para chegar a residências nos bairros Tristeza e Vila Assunção.
Um dos suspeitos foi preso no bairro Chapéu do Sol e outro na Vila Cruzeiro. Agentes da 6ª e da 13ª delegacias de polícia de Porto Alegre ainda trabalham para identificar, ao menos, um terceiro assaltante, embora não descartem que o grupo seja maior.
Ao menos 10 casos de roubos e furtos possivelmente relacionados a estes investigados foram registrados entre março e agosto. O fato mais recente ocorreu no dia 4 de agosto, uma sexta-feira.
A forma de agir dos criminosos foi relatada à polícia pelas vítimas, em depoimento, e registrada por câmeras de segurança. Também são indícios materiais apreendidos com os suspeitos presos nesta quarta, como botas de borracha e capas plásticas que seriam usadas para se proteger da água durante as travessias do Guaíba e cordas e lanternas que seriam úteis nas trilhas.
Em alguns casos, foram furtados itens de casas vazias, mas há registros de roubos com abordagens violentas das vítimas. De acordo com o delegado Marcos Meirelles, da 6ª DP, moradores eram trancados em peças das casas e tinham as mãos amarradas durante os assaltos.
Conforme a polícia, em muitos dos casos os criminosos pulavam muros e quebravam grades e até cortavam cercas elétricas para acessar as residências. Eles davam preferência a imóveis mais isolados, fora de condomínios, e roubavam, principalmente, relógios, joias e pequenos eletrodomésticos e eletrônicos, além de dinheiro em espécie.
Durante a operação desta quarta, foram localizados relógios roubados e outros itens que serão verificados pela investigação, que continua. Os nomes dos presos não foram divulgados.
O delegado Meirelles não identifica vítimas, por segurança, mas revela que tiveram suas casas atacadas um ex-jogador do Internacional, um desembargador e um promotor de Justiça.
Preocupação da polícia
A diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), delegada Adriana da Costa, diz que a Polícia Civil tem como uma das prioridades para este ano reduzir crimes deste tipo.
— Roubo a residência é um delito muito grave, envolvendo a privacidade das pessoas. E nossa preocupação é também evitar latrocínios, que é matar para roubar — ressalta a diretora.