Uma quadrilha que agia, segundo investigação, de forma violenta ao roubar motoristas de aplicativo, em Viamão, na Região Metropolitana, foi desarticulada na manhã desta quinta-feira (6). A Polícia Civil, com apoio da Brigada Militar (BM), prendeu quatro suspeitos de integrar o grupo que fez quatro vítimas no período de um mês, entre final de maio e final de junho deste ano.
Esses casos foram o que os agentes da 2ª Delegacia da cidade conseguiram comprovar até o momento. Em um deles, no bairro Índio Jari, dia 21 de junho, o condutor do veículo acabou reagindo quando seria colocado no porta-malas do carro e levou um tiro em uma das pernas. Nos demais casos, de acordo com a polícia, havia ameaças e também outros tipos de agressões. Há duas semanas, uma moradora da região ligou para a BM e fez uma denúncia sobre os casos de roubos no bairro.
Moradora de Viamão denuncia para BM roubos a motoristas de aplicativo
A investigação segue em andamento, principalmente após os depoimentos dos presos e a continuidade da análise de imagens, por meio de um levantamento que está sendo realizado. A informação é do delegado Alexandre Fleck, responsável pela apuração e pela operação deflagrada nesta quinta.
Os policiais seguem procurando o quinto suspeito por meio de buscas na região. No entanto, prendeu em flagrante em um dos locais onde foram cumpridos mandados de apreensão um suspeito de receptar produtos roubados da quadrilha. Um homem foi detido com 10 celulares roubados e uma arma sem procedência.
Segundo ele, o objetivo é verificar se há mais integrantes do grupo e ainda mais vítimas. Fleck entende que, com a prisão do grupo, outros condutores possam procurar a polícia para denunciar possíveis roubos. Por isso, destaca que a forma de agir da quadrilha era praticamente a mesma.
— O grupo agia armado, quase sempre dois chamavam por uma corrida, mas em alguns casos até quatro. Depois de algum tempo com o veículo rodando, em uma área mais remota, anunciavam o assalto. Em outros, ocorreu que pegaram mais integrantes no caminho para realizar o roubo — explica o delegado.
Em todos os registros, Fleck destaca que os carros e pertences das vítimas, principalmente celulares, eram levados pelos ladrões. Mas, ressalta que outro tipo de roubo também começou a ser praticado pelo grupo.
Bandidos pediam Pix
Em dois casos eles pediram transporte por aplicativo de Eldorado do Sul e cometeram o assalto em Viamão. Nos outros dois, segundo Fleck, a chamada pela corrida e o roubo ocorreram em Viamão mesmo. Em alguns dos fatos, os criminosos também obrigaram os motoristas a repassar valores via Pix para as contas deles.
E esse repasse não era somente para um bandido, mas, conforme valores disponíveis e, sempre mediante ameaças, o delegado diz que ocorria para todos os integrantes do grupo que estivessem no momento do assalto. Pelo menos duas vítimas disseram que tiveram de fazer transferências de dinheiro para contas dos criminosos ou de laranjas, fato que também auxiliou na identificação dos suspeitos.
A operação contou com 56 policiais da 2ª Delegacia e do 18º Batalhão da BM. A polícia não divulgou os nomes dos presos.
Os crimes apurados são roubo, com penas previstas de quatro a 10 anos de prisão, e, no caso da vítima baleada, apesar dela ter sobrevivido, o caso será enquadrado como latrocínio. Como o delegado destaca: latrocínio na forma tentada ou consumada são enquadrados como o mesmo tipo penal. Neste caso, a pena é de 20 a 30 anos de reclusão.